Manaus, 27 de abril de 2024
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Manaus, 27 de abril de 2024

Cidades

No Dia Mundial do Meio Ambiente, cheia mostra podridão dos igarapés de Manaus

Com a subida das águas do Rio Negro, o lixo fica ainda mais exposto nos igarapés da cidade

No Dia Mundial do Meio Ambiente, cheia mostra podridão dos igarapés de Manaus

Foto: Arquivo / Portal AM1

Manaus – Neste domingo (5) é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, que tem como intuito de reforçar o impacto social e econômico da importância da conservação de florestas. Apesar da data celebrada, a cena vista nas ruas de Manaus é outra, com lixos nas ruas, áreas preservadas pela cidade, e nos igarapés.

Com a subida das águas do Rio Negro, o lixo fica ainda mais exposto nos igarapés da cidade. O lixo que é jogado pelos moradores do local, além do lixo que é despejado nas ruas e acabam sendo levados para os igarapés, formam uma grande camada e, além do mau cheiro e da poluição visual e ambiental, podem levar riscos à saúde dos moradores.

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Segundo a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), todos os dias são recolhidos 35 toneladas de lixo dos rios e igarapés da cidade, que tendem a aparecer diariamente no local, mesmo após a ação dos agentes.

Foto: Divulgação

Os serviços realizados pelos agentes consistem no recolhimento dos resíduos sólidos da superfície da água e das margens dos igarapés e orlas, e também da retirada de vegetação aquática para melhorar o escoamento hídrico.

Somente em maio, foram cerca de 500 toneladas de lixo retirados dos rios e igarapés da cidade. Após feita a retirada, os resíduos são colocados em balsas e encaminhados ao aterro sanitário municipal, onde são compactados e aterrados.

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Mesmo com as campanhas de conscientização, os resíduos continuam aparecendo nas margens dos igarapés. De acordo com o secretário da Semulsp, Altervi Moreira, são realizadas todos os dias ações de limpeza nos igarapés da cidade, o que torna Manaus uma das únicas cidades brasileiras a fazer este trabalho.

Em 2021, o Portal AM1 mostrou a situação das margens do Igarapé do Tarumã, na zona Oeste de Manaus. As águas que já atraíram diversas pessoas para o lazer, hoje estão em outro cenário, de sujeira. Sobre as águas flutuam diversas garrafas plásticas e embalagens.

Foto: Arquivo / Portal AM1

Além da poluição industrial, muitas das casas e flutuantes não possuem tratamento de esgoto. Segundo dados preliminares levantados por equipes técnicas do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), atualmente existem cerca de 489 estruturas flutuantes na bacia, entre residências, estabelecimentos comerciais, balneários e outros.

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No entanto, não são apenas as famílias que moram às margens de igarapés que sofrem com o problema. Os moradores de ruas da cidade também comentam sobre o descaso de limpeza nas ruas, uma vez que o lixo nas avenidas acabam indo para as águas do rio.

No bairro Monte das Oliveiras, zona norte de Manaus, por exemplo, as famílias informaram ao Portal AM1 uma lixeira viciada que acabou se formando no local.

Foto: Arquivo / Portal AM1

Por conta do acúmulo do lixo, o bueiro, que nunca sequer teve tampa coloca em risco a vida de crianças e dos animais domésticos, pois está totalmente obstruído, provocando inundações nas casas dos moradores toda vez que chove.

Além disso, a água suja e infestada por coliformes fecais invade algumas casas, além de formar poças de lama nas quais crianças e pessoas com problemas de mobilidade acabam, às vezes, caindo, como explicou os moradores.