Manaus, AM – A troca do secretariado do prefeito David Almeida vai deixar os substitutos com um orçamento bilionário nas mãos. A Prefeitura de Manaus sofreu oito alterações no comando das pastas, que juntas, somam cerca de R$ 3,9 bilhões, de acordo com a Lei Orçamentária Anual.
No segundo ano de gestão, alguns secretários que estiveram em destaque ao lado de Almeida deixaram as pastas para cumprir o projeto desenhado pelo prefeito nas eleições.
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Como é o caso do ex-titular da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), Sabá Reis. Com a saída de Sabá da Semulsp, o novo secretário Altervi de Souza Moreira conta com o orçamento de R$ 420,1 milhões.
A pasta é um carro-chefe da gestão e lida diretamente com empresários da construção civil, obras milionárias e muitas obras que podem se encaixar em serviços emergenciais, sem licitação.
A Secretaria Municipal de Educação (Semed) possui o maior valor orçamentário da Prefeitura de Manaus. A pasta, antes, era comandada por Pauderney Avelino, que deixou o cargo por conta das eleições.
Agora, para tomar conta de mais de R$ 1,8 bilhão, o prefeito David Almeida deixou a responsabilidade para a irmã, Dulce Almeida.
A chegada de Dulce foi duramente criticada pelo grau de parentesco com o prefeito, mas revelou que David não tem confiança em nenhuma carta da Secretaria para cuidar de outro setor sensível e onde potencialmente mais demandas sem licitação poderão ser contratadas.
A Subsecretaria Municipal de Juventude, Esporte e Lazer (Semjel), um núcleo dentro da Semed, também foi um alvo da mudança da Prefeitura de Manaus. David Almeida desligou Platiny Soares do comando da pasta e colocou, nas mãos de Aurilex Moreira, uma das responsabilidades com o dinheiro público.
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Outro caso semelhante sucede com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), que tinha como secretária Shádia Fraxe. O novo secretário escolhido para administrar a pasta foi o médico Djalma Coelho, que vai ficar responsável por R$ 1,2 bilhão dos recursos públicos, sendo o segundo maior orçamento da administração.
Shadia sai da pasta após enfrentar um escândalo nacional de fura-filas da vacina, que gerou investigação colocada em segredo de Justiça e para a qual até hoje as autoridades não deram resposta.
Por fim, as mudanças atingiram até mesmo o vice-prefeito Marcos Rotta, que era responsável pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf). De saída, a nova carta de confiança do prefeito entrou na pasta para administrar os recursos milionários.
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Almeida designou o cargo para Renato Júnior, que passa a administrar R$ 398,1 milhões. Anteriormente, o novo secretário da Seminf estava à frente da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc).
Renato é outro braço fiel do prefeito e divide com ele a militância religiosa na igreja Adventista e a intimidade das postagens nas redes sociais, onde ambos usam e abusam de ações oficiais para promover a própria imagem, ainda que a população reclame das sujeiras das feiras e dos buracos que tomam conta de todos os bairros de Manaus.
O antigo secretário tinha o orçamento de R$ 42,1 milhões na pasta, que agora ficará sob administração do novo secretário Wanderson da Costa.
Mas, as mudanças não param por aí. A Casa Civil também sofreu alterações e recebeu Rafael Lins Bertazzo como o novo secretário, no lugar de Tadeu de Souza Silva. Para 2022, a pasta ficou responsável por R$ 41,1 milhões dos cofres públicos.
Dentro da Casa Civil, o Fundo Manaus Solidária também foi uma das pastas que teve mudanças no cenário municipal. Antes comandado pela irmã do prefeito, Dulce Almeida, o Fundo agora é gerenciado por Emerson Castro.
Centro nervoso da gestão de David Almeida, é da Casa Civil que partem questões como ordenamento de despesas, planejamento estratégico e decisões políticas.
Ao todo, os novos secretários de Almeida terão R$ 3.959.155.000,00 (três bilhões, novecentos e cinquenta e nove milhões, cento e cinquenta e cinco mil reais) para gastarem dos cofres públicos.
Vale lembrar que, no ano passado, o prefeito David Almeida precisou recorrer aos deputados estaduais para conseguir mais verba para realizar ações na cidade (que a população não viu), assim como pediu R$ 1,1 bilhão do presidente Bolsonaro e condiciona seu apoio a Wilson Lima em troca de recursos para seguir bancando sua gestão.
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