MANAUS – Alunos de escolas municipais estão tendo aulas remotas devido a reformas nas instituições de ensino, mas, segundo pais e responsáveis, a Prefeitura de Manaus não considerou a realidade das famílias para iniciar as obras durante o ano letivo e a situação tem prejudicado os estudantes.
Uma dessas instituições é a Escola Municipal Percília do Nascimento Souza, no bairro Compensa, na zona oeste de Manaus. A escola passou dois anos sem aulas presenciais devido à pandemia e, no último dia 6 de abril, voltou a fechar por conta de uma revitalização. A previsão é que os reparos sejam concluídos em 30 dias.
A costureira Rosineide Gama, 40, é mãe de um dos alunos. Ela relata que muitos pais estão tendo dificuldades para manter o rendimento escolar dos filhos. “Está prejudicando as crianças, porque, no caso, eles querem que a gente ensine. No meu caso eu sou muito ocupada, sou costureira. É difícil trabalhar com o celular e trabalhar com a costura ao mesmo tempo, e eles exigem isso”, disse.
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Rosineide defende que a revitalização poderia ter sido feita nas férias escolares. Segundo ela, o acompanhamento dos professores da Secretaria Municipal de Educação (Semed) não tem sido suficiente para os alunos. A pasta é comandada pela irmã do prefeito David Almeida, Dulce Almeida, e tem orçamento de R$ 1,8 bilhão para este ano.
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“Eu tive que colocar o meu filho no particular para poder ele aprender alguma coisa. Ele já ficou dois anos parado, não tinha aula em canto nenhum devido à pandemia. Eles voltaram esse [sic] ano e aí não tão [sic] aprendendo nada, porque os pais são ocupados para ensinar os filhos”, disse Rosineide.
Segundo Helma Sampaio, presidente do Sindicato dos Professores e Pedagogos das Escolas Públicas do Ensino Básico de Manaus (Asprom-Sindical), a reforma nesses espaços é necessária, mas a Semed deveria apresentar um planejamento para não prejudicar os alunos.
“Não conseguimos entender o porquê destas escolas receberem reparos e reformas em pleno ano letivo. O devido é que estas escolas recebam as reformas e reparos em período de férias, é necessário que haja um planejamento sério e responsável sobre isso”, disse.
“Os alunos de todos os níveis e modalidades de ensino estão com déficits na aprendizagem por consequência da pandemia e, ter que parar uma escola neste momento, chega a ser uma grande irresponsabilidade”, acrescentou.
A situação de Rosineide é a mesma de muitas famílias que afirmam estar sendo prejudicadas. Em reportagem recente do Portal AM1, várias mães relataram os transtornos causados pelas obras que estão sendo feitas durante o período das aulas.
Veja:
Reformas atrasadas
Além dessa situação, pais e responsáveis também têm denunciado o atraso de reformas em outras escolas municipais. Uma delas é o Centro Municipal de Educação Infantil Nilza dos Santos Alencar, também localizado no bairro da Compensa.
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O Portal AM1 foi até o local e, segundo informações de moradores da área, a escola aguarda reforma há meses. A reportagem solicitou esclarecimentos da Semed sobre a situação das instituições, mas até o momento da publicação da matéria, não obteve resposta; espaço segue aberto para esclarecimentos.
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