Dulce Almeida, irmão do prefeito David Almeida, será a nova titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed), a partir de 28 de março deste ano, em substituição ao ex-deputado Pauderney Avelino, que deixará o cargo para ser candidato nas eleições deste ano.
Conhecida como uma das coordenadoras da campanha do irmão para a Prefeitura de Manaus, aliada de 1ª ordem, articuladora de ações sociais em prol da visibilidade de David Almeida, Dulce Almeida passará a ser responsável por um orçamento de R$ 1,8 bilhão – 25,35% do orçamento municipal previsto em R$ 7,1 bilhão para 2022 -, contratos na ordem de R$ 260 milhões e de uma das pastas estratégicas para a administração municipal – a educação – com a qual David Almeida tem tido embates e enfrentado resistência.
Com a nomeação, Dulce completa o rol dos parentes do prefeito David Almeida que fazem parte do 1º escalão da Prefeitura de Manaus. Ela já fazia parte da Administração Pública no comando do Fundo Manaus Solidária – a parte assistencialista e social da gestão municipal.
Escândalos
Dulce Almeida assumirá a Semed mesmo após ser alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) a respeito do escândalo dos apartamentos populares do conjunto Cidadão Manauara 2, em agosto do ano passado.
A secretária é investigada como a responsável direta pelas mudanças na lista de contemplados enviada à Caixa Econômica.
Na época da inauguração, foi descoberto que, na lista de contemplados, estavam familiares da filha do prefeito, Fernanda Aryel, a chefe de gabinete de David Almeida, parentes de assessores do prefeito e até empresários.
Após repercussão negativa do caso em âmbito nacional, David Almeida informou que demitiu servidores ilegalmente beneficiados, mas não investigou ou puniu a irmã que está sendo investigada por comandar as alterações na lista.
Em setembro de 2021, David Almeida autorizou a contratação da RDS Engenharia de Obras e Empreendimentos Imobiliários Eirelli, com o valor global de R$ 170.072,08, para reformar o próprio gabinete e o da irmã, ainda titular do Fundo Manaus Solidária, por conta da “precariedade nas instalações elétricas.”
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