A pandemia do novo coronavírus afetou duramente a produção industrial do Amazonas que registrou queda histórica em abril deste ano. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), a atividade recuou 53,9 % no quarto mês de 2020 na comparação com igual mês do ano passado.
O resultado foi considerado a maior queda do país no período e a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2002 pelo IBGE.
Na comparação com o mês anterior (março), o recuou chegou a 46,6%. O índice superou a média nacional (-
18,8%) e também é a maior queda de toda a séria histórica da pesquisa. A tendência de queda seguiu no acumulado do ano que registrou -14,2.
Para o presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco, o resultado não é surpresa para o setor, uma vez que, 90% das empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) deram férias coletivas e outras paralisaram parcial ou total suas atividades no mês de abril.
“Isso se deu pelas medidas adotadas por conta da pandemia como o isolamento social que foi empregado em várias estradas e fechou o comércio, afetando o polo de duas rodas com as concessionárias fechadas, que além de estarem com produtos que não podiam comercializar também não podiam sequer receber a matéria produzida aqui. Isso deve ser refletivo no mês de maio e deve ter uma melhora a partir de junho, com o início da flexibilização do isolamento social.”, avaliou.
Dados
Segundo o IBGE, a produção industrial amazonense caiu 53,9% em abril frente a abril de 2019. O resultado colocou o Amazonas na última posição entre as outras unidades da federação. Já o Estado vizinho Pará, ficou com o melhor desempenho no período (37,6%).
Em relação a março deste ano, a indústria do Amazonas registrou recuo de produção na ordem de 46,3%. O índice foi o pior entres os locais pesquisados, ficando atrás da média nacional, que caiu 18,8%. Também registraram queda os Estados do Ceará -33,9% e Paraná com -28,7%.
No índice acumulado do ano, o desempenho do Estado encolheu 14,2%. O resultado regional é o 13° pior do país, atrás apenas do Espirito Santo (-15,9%).
“Esses fortes recuos refletem o agravamento dos efeitos do isolamento social por conta da pandemia da covid-19 e que afetou o processo de produção em várias unidades produtivas no estado. A consequência é a clara diminuição do ritmo da produção, evidenciando o aprofundamento das paralisações ocorridas em diversas plantas industriais.”, reforçou o IBGE.
Por segmentos
Ainda segundo a pesquisa, nove das dez atividades pesquisadas assinalaram queda na produção em abril. Outros equipamentos de transporte (motocicletas) e informática, produtos eletrônicos e óticos tiveram as maiores quedas da série histórica.
Segundo os dados, outros equipamentos de transportes assinalaram (98,9%) (motocicletas e suas peças), fabricação de bebidas (-59,0%), produtos derivados do petróleo (-57,9%), fabricação de máquinas e equipamentos e materiais elétricos (-54,3%) (conversores, alarmes, condutores e baterias), impressão e reprodução de gravações (51,8%) (DVDs e discos).
Por outro lado, a fabricação de máquinas e equipamento (32,8%) e Impressão reprodução e gravações (12,1% ) foram as atividades que tiveram bom resultado no período.
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