Manaus, 19 de maio de 2024
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Cidades

Paulo Guedes diz levar Zona Franca em conta na reforma tributária

A ZFM gera cerca de 88 mil empregos diretos distribuídos por 490 empresas.

Paulo Guedes diz levar Zona Franca em conta na reforma tributária

Foto: Reprodução

Em visita a Manaus ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o ministro da Economia, Paulo Guedes, se comprometeu a levar a Zona Franca de Manaus (ZFM) em conta na futura proposta de reforma tributária do governo federal.

“Não vamos atingir a essência e o coração econômico das regiões brasileiras e, principalmente, dessa região”, disse Guedes, na abertura da primeira reunião do Conselho da Suframa (Superintendência da ZFM) desde o início do governo Bolsonaro.

Por outro lado, o ministro, que preside o conselho, defendeu que o estado do Amazonas se diversifique para se transformar em “centro mundial de sustentabilidade de biodiversidade”.

“Tendo toda essa riqueza, nós vamos viver só de diferença de impostos?”, questionou. “O ideal era que o Brasil todo fosse uma enorme Zona Franca, que os impostos fossem baixos e que nós fossemos uma economia realmente de mercado”.

Repetindo a retórica de Bolsonaro, afirmou que a Amazônia é assunto nacional. Defendeu que, no futuro, o Brasil deveria negociar com os EUA até o oxigênio produzido pela floresta.

“Nós, brasileiros, somos parceiros naturais dos americanos, mas queremos também saber se ele reconhece o direito de propriedade ao oxigênio. Porque nós produzimos oxigênio pro mundo”, afirmou Guedes, sob tímidos aplausos.

Mais tarde, ao questionado por uma jornalista sobre o futuro da ZFM, Bolsonaro disse que que “vai ser preservado”: “Há alguma especificidades que serão garantidas. Não vai ser igual pra todo mundo, a região ainda carece de ajuda federal”.

Diante de mais perguntas sobre a Zona Franca, o presidente passou a gritar o nome de Guedes para participar da coletiva, até que o ministro da Economia finalmente apareceu.

“Nós queremos fazer uma reforma tributária. Aí alguém disse o seguinte: ‘Bom, mas como fica a Zona Franca de Manaus?’. E aí eu perguntei: ‘Você quer que o Brasil não faça uma reforma tributária por causa disso. Ou você quer que a gente atenda a região da Zona Franca, mas que isso não impeça uma reforma tributária que seja importante para o Brasil?'”, afirmou Guedes.

Dirigindo-se aos jornalistas do Amazonas, ele disse, em tom irritado: “Se vocês olharem isso de forma construtiva, como a bancada do Norte olha, e conversa conosco, não tem problema nenhum. Mas, se vocês quiserem criar conflito o tempo inteiro, vocês vão viver disso até conhecer a reforma.”

Em seguida, Guedes abandonou a coletiva. Coube a Bolsonaro encerrá-la sozinho: “Pessoal, muito obrigado, eu amo Amazônia, a Amazônia é nossa”.

Em abril, Guedes gerou uma onda de críticas no Amazonas após uma entrevista concedida à Globo News na qual afirmou que a Zona Franca prejudica o país: “Então quer dizer que eu tenho que deixar o Brasil bem ferrado, bem desarrumado, porque, senão, não tem vantagens para Manaus?”

Na pauta da reunião da Suframa desta quinta-feira (25), há 87 projetos industriais para análise, dos quais 61 são de ampliação, e 26, de implantação. Os investimentos somam US$ 651 milhões, com previsão de 3.415 novos postos de trabalho ao longo dos próximos três anos.

A ZFM gera cerca de 88 mil empregos diretos distribuídos por 490 empresas. Entre as fábricas instaladas em Manaus estão Honda, Samsung, Yamaha, Philco e LG.

*Informações retiradas da Folhapress