Brasília (DF) – Mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) no celular do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, coronel Mauro Cid, revelam esquema de transferência de dinheiro para a conta da então primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O conteúdo das mensagens, obtido pelo UOL, mostra que duas assessoras de Michelle, Cintia Nogueira e Giselle Carneiro, forneciam dados de contas para depósitos de terceiros, enviavam pedidos de saques em dinheiro, feitos pela primeira-dama, e também pediam depósitos em espécie para a conta dela.
As assessoras se referiam a Michelle por meio das expressões “dama” ou “PD”. O acesso às mensagens foi obtido após ordem de quebra de sigilo telemático apresentada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O magistrado também autorizou a quebra do sigilo bancário de Cid e outros funcionários do Planalto.
Nos diálogos, as assessoras da então primeira-dama ordenam pagamentos para serviços prestados a ela, como costureira, podóloga e até mesmo um veterinário. Também pedem depósitos mensais para Rosimary Carneiro, que era titular do cartão de crédito usado pela então primeira-dama, e para familiares de Michelle.
“O conjunto probatório colhido durante o estudo do material apreendido (inclusive o contido em nuvem) permite identificar uma possível articulação para que dinheiro público oriundo de suprimento de fundos do governo federal fosse desviado para atendimento de interesse de terceiros, estranhos à administração pública, a pedido da primeira-dama Michelle Bolsonaro, por meio de sua assessoria, sob coordenação de Mauro Cid”, diz trecho de relatório parcial da PF sobre a investigação.
O advogado Fábio Wajngarten, que atua na defesa de Bolsonaro e Michelle, afirmou que as despesas da então primeira-dama eram custeadas com recursos da conta pessoal de Bolsonaro e que não houve desvio de recursos públicos.
“A defesa do (ex)-presidente Jair Bolsonaro reitera que todos os pagamentos e custos de sua família de pequenos gastos/fornecedores informais tinham como origem recursos próprios”, afirmou a defesa em nota.
Cid foi preso no último dia 3 de maio por suspeita de um esquema de fraude em certificados de vacina.
(*) Com informações do UOL
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