Polícia Militar e agentes de trânsito fecharam a avenida Cel. Teixeira, sentido Centro (Divulgação/IMMU)
Mesmo diante da forte chuva que atinge Manaus desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira, 30, e com a Justiça do Amazonas proibindo o ato, apoiadores do presidente Bolsonaro foram às ruas pedir o fim da ‘quarentena’ em protesto contra as medidas de isolamento impostas pelo Poder Público. Um empresário que participou do ato foi preso.
Por volta das 11h, após a Justiça deferir nova liminar, atendendo ao pedido do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), fixando multas de R$ 500 para cada condutor/proprietário de veículo que participar da carreata, e de R$ 10 mil para os organizadores do ato, os manifestantes começaram a se dissipar do movimento.
Veja também: Juiz determina multa de R$ 500 aos participantes e R$ 10 mil aos organizadores de carreata
Carros da Polícia Militar (PM) e dos agentes do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran) estiveram divididos nos principais pontos da cidade, e em locais nos quais a carreata estaria prevista para passar, para efetuar a apreensões e aplicarem multas aos motoristas.
De acordo com o Detran, o empresário foi detido por agentes do departamento, por descumprimento à decisão judicial que proibiu a realização a carreata. A prisão ocorreu na esquina das ruas Epaminondas com 10 de Julho, no Centro de Manaus, depois que o empresário desrespeitou ordem de parada e fugiu em alta velocidade. O caso foi levado para o 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na Ponta Negra, na zona Oeste da cidade.
“Nós nos deparamos com a carreata no Centro, com empresários e motoristas de aplicativos. Quando fomos abordar esse condutor, que liderava o grupo, ele voltou na contramão, em alta velocidade, fazendo direção perigosa, mas nós conseguimos detê-lo”, explicou Davi Fernandes, coordenador do Núcleo Especializado em Operações de Trânsito (Neot), do Detran-AM.
Os agentes do Núcleo Especializado em Operações de Trânsito (Neot) filmaram o comboio, e as imagens serão enviadas à Justiça para aplicação das medidas impostas na decisão liminar. O vídeo, inclusive, mostra a fuga do empresário preso.
“De posse dessa decisão judicial, nós demos um apoio às forças de segurança pública e conseguimos flagrar a ocorrência de uma carreata no Centro da cidade, interceptando um dos líderes da organização. Nós também conseguimos anotar e filmar as placas dos veículos para que possamos enviar às autoridades competentes, de modo a responsabilizá-los por descumprir a decisão judicial. O Neot e o Detran-AM cumpriram com êxito a missão pretendida”, reforçou o diretor-presidente do Detran-AM, Rodrigo de Sá Barbosa.
Carreata e a Justiça
A “Carreata Manaus. O Amazonas Quer Trabalhar” estava prevista para iniciar às 10h, no Baratão da Carne, avenida Torquato Tapajós, de onde deveria seguir em direção ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM).
A Justiça Estadual do Amazonas já havia concedido liminar no último sábado, 28, determinando que órgãos de Segurança, Fiscalização e Controle sejam acionados para evitar o evento, o qual desrespeita as regras de isolamento social vigentes.
Carreatas contras as medidas restritivas ao novo coronavírus estavam sendo convocadas pelas redes sociais desde a última quinta-feira, 26.
A decisão cita o pedido do Ministério Público, em razão do estado de pandemia causado pelo novo coronavírus e feito com o objetivo de evitar aglomerações, seguindo-se as regras sanitárias estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a prevenção de proliferação da doença, bem como os preceitos dos atos normativos editados pelo Executivo Estadual. Mesmo diante da medida, os organizadores afirmaram que iriam manter o ato.
Nesta segunda, a Justiça acatou novo pedido do MP-AM e reforçou a proibição de carreata contra o isolamento em Manaus. A nova liminar, assinada pelo juiz plantonista Cassio André Borges dos Santos, cita as informações, divulgadas em redes sociais, de que a determinação judicial, expedida no sábado passado pelo juiz Flávio Henrique Albuquerque de Freitas, não seria cumprida. Com essas informações, o Ministério Público fez novo pedido e a Justiça acatou considerando o perigo que o evento possa representar ao gerar aglomerações de pessoas.
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