A União Brasileira de Mulheres no Amazonas (UBM-AM) divulgou nota em apoio à jovem Ana Sara Oliveira da Silva, 21, que afirmou ter tido um relacionamento amoroso com o candidato ao governo do estado e jornalista, Wilson Lima (PSC), quando ela tinha apenas 15 anos, e depois foi ameaçada a não revelar o caso publicamente. O apoio foi divulgado em uma página oficial do movimento, nas redes sociais, nesta quinta-feira, 21.
De acordo com o texto da publicação, o apoio foi oferecido à jovem e à mãe dela Leila Maria da Silva Oliveira, uma vez que Sara “está sob ameaça de sofrer queixa crime por parte do candidato ao governo”. A nota lembra que a jovem teria mantido relação íntima com Wilson, em abril de 2013, e que a Revista Veja publicou matéria afirmando que após um ano do ocorrido o candidato registrou um Boletim de Ocorrência (BO) acusando a jovem de injúria.
Leia Mais:
Delegacia de Proteção à Criança ao Adolescente assume denúncia contra Wilson Lima
Na delegacia, fã de Wilson Lima confirma sexo com candidato aos 15 anos
Wilson Lima recebe apoio de time ligado a traficantes
Wilson Lima diz que denúncia de sexo com menor aumentou seus votos
Procurador-geral de Justiça se pronuncia sobre denúncia contra Wilson Lima
Denúncia contra Wilson Lima pode resultar em até 10 anos de prisão
O movimento afirma que Ana “estaria sendo vítima de ameaças por parte do candidato” e lembra que o caso ganhou notoriedade e defende que essa “é mais uma forma de exposição de mulheres vítimas de assédio sexual e pedofilia”. Em outro trecho, o movimento diz “urge que o lado mais fraco nesse relacionamento tenha suas garantias respeitadas e que o caso seja devidamente apurado”.
Ilusão
Apesar da relação sexual entre Wilson e Sara ter sido consentida pela menor, especialistas em processo penal informaram que o depoimento da jovem remete para uma nova tipificação criminal: ‘violação sexual mediante fraude’, prevista no artigo 215, do Código Penal, que trata do ato de conjunção carnal ou prática de outro ato libidinoso com alguém, mediante a algum processo fraudulento.
No ‘caso Sara’, advogados ouvidos pela reportagem entendem que Wilson Lima se utilizou da condição de ídolo da adolescente para fazê-la acreditar que os dois poderiam ter um relacionamento amoroso mais duradouro.
“A liberdade para exercer a sexualidade é protegida não somente contra atos violentos, mas também contra aquelas realizadas de forma fraudulenta”, apontam literaturas que tratam do artigo 215 do Código Penal.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.