Manaus (AM)- Os políticos amazonenses que pedem Pix na “vaquinha” para ajudar Jair Bolsonaro (PL) a pagar multa imposta pela Justiça, possuem um patrimônio, que somados, chega a mais de R$ 5 milhões.
Levando em conta os valores das infrações enfrentadas pelo ex-presidente, esses políticos têm condições de pagar sozinhos essa punições – e usariam apenas 8,28 % de suas rendas.
Bolsonaro foi multado em R$ 377 mil por decisão da Justiça de São Paulo por não usar máscara no evento do 7 de setembro de 2022. A dívida resultou em um bloqueio de valores em sua conta.
Além disso, o ex-presidente terá de pagar R$ 50 mil por ataque a jornalistas e mais R$ 30 mil ao senador do Amazonas Omar Aziz (PSD), por associá-lo, sem provas, ao crime de pedofilia, dentre outras multas.
Bolsonaro acumula o total de R$ 457 mil em multas que foram divulgadas.
Em consulta ao site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Portal AM1 constatou que os políticos do Amazonas que pedem Pix para Bolsonaro, acumulam um patrimônio, que juntos, somam o montante de R$ 5.676.361,52 milhões.
Com um patrimônio de R$ 3.353.528,12 milhões, Coronel Menezes (PL) que é o ferrenho defensor do “Capitão”, está no topo com maior valor de bens declarado junto ao TSE.
Em seguida aparece o deputado estadual, Delegado Péricles (PL), que tem um montante de R$ 1.026.260,84 – seguido da filha de Menezes, a também deputada estadual, Débora Menezes (PL), que declarou um patrimônio de R$ 984.572,56.
Já o deputado federal, Alberto Neto (PL) declarou ao TSE, apenas um apartamento no valor de R$ 312.000,00.
Vale frisar que Bolsonaro ao voltar para o Brasil, em março deste ano, assumiu o cargo de presidente de honra do PL. O salário dele é de R$ 39 mil. Além desse valor, ele também recebe aposentadoria do Exército e da Câmara dos Deputados. O que dá a ele um valor mensal de mais de R$ 75 mil.
“Marcar Posição”
Conforme o cientista político, Helso Ribeiro, a ideia da “vaquinha” é criar uma solidariedade” em torno da causa e passar para população a ideia de: ah, somos solidários”, disse o especialista.
Helso destacou ainda que por trás de toda ação de pedir o Pix, existe a ideia de se popularizar em cima do nome de Bolsonaro – e frisou que o ex-presidente venceu na capital amazonense, nas eleições de 2022.
“O que eles querem, na verdade, é chamar atenção. Essa vaquinha vai superar muito o valor da multa. E aí eles querem a etiqueta de bolsonaristas. Então, essa rapaziada da vaquinha do PIX querem marcar posição, já pensando nas eleições do ano que vem”, afirmou Helso.
Campanha Pix
Na última sexta-feira (23), deputados e influenciadores bolsonaristas iniciaram uma campanha para pedir doações por meio de Pix a Jair Bolsonaro.
Conforme as publicações, eles alegam que Bolsonaro está sendo vítima de “assédio judicial” por conta das várias multas “abusivas” que ele sofreu da Justiça.
A campanha foi encabeçada por deputados federais como Nikolas Ferreira (PL), Mário Frias (PL), Gustavo Gayer (PL), André Fernandes (PL) e o deputado estadual Bruno Engler– inclusive, Engler foi o primeiro a se manifestar nas redes sociais.
Oposição
A oposição também repercutiu sobre o caso. O deputado André Janones (Avante), por exemplo, ironizou em suas redes sociais e chegou apelidar Bolsonaro de “urubu do Pix”.
“Bolsonaro recebe quase 100 mil por mês, a família tem imóveis de MILHÕES registrados, comprados com dinheiro vivo, e tá pedindo para que seus apoiadores mandem PIX. Não basta todo o mal que ele já fez, agora ele vai dar golpe no PIX, é o “Urubu do PIX” versão extrema direita”, escreveu o parlamentar.
Além dele, Duda Salabert (PDT) também comentou sobre os pedidos de Pix em prol de Bolsonaro e chamou de “mamata”. “A direita no discurso é contra a mamata, mas na realidade pede Pix pra criminoso”.
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