Manaus, 17 de maio de 2024
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Manaus, 17 de maio de 2024

Cenário

Políticos do AM repudiam redução do IPI que, prejudica a ZFM

Políticos do AM criticam decreto que reduz o IPI e retira vantagens de indústrias do Polo Industrial de Manaus

Políticos do AM repudiam redução do IPI que, prejudica a ZFM

Foto: Montagem / AM1

MANAUS, AM – A maioria dos políticos do Amazonas fez coro, na noite dessa sexta-feira (25), contra a redução de 25% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), publicada em decreto do presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). A medida já havia sido anunciada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no início da semana.

Ainda nessa sexta, o Portal Amazonas1 conversou com o senador Omar Aziz (PSD), antes mesmo da publicação do decreto, que afirmou que a redução do IPI é o ‘início do fim’ da Zona Franca de Manaus (ZFM), isso porque a medida retira a competitividade e reduz as vantagens de se ter empresas na capital.

Nas redes sociais, o senador classificou a ação como um ‘ataque mortal’ ao Polo Industrial de Manaus (PIM). “Ataque mortal contra o Polo Industrial de Manaus. Essa medida adotada pelo ministro da Economia e governo federal atinge em cheio milhares de empregos no Amazonas; mas, a bancada não vai se calar. Lutaremos pelos empregos no nosso Estado. Lutaremos pela nossa economia”, escreveu no Twitter.

O senador Eduardo Braga (MDB) também se manifestou sobre o assunto. Segundo ele, o decreto é um ataque mortal aos trabalhadores e as empresas. E a partir de agora, o presidente Bolsonaro assume uma postura contra a Zona Franca de Manaus.

“Acabo de tomar conhecimento do decreto de IPI, baixado pelo governo federal. Esse decreto lamentavelmente prejudica gravemente, seriamente, a Zona Franca de Manaus. Os produtores de motocicletas, televisão, bens de informática, todos serão gravemente penalizados. A partir de agora o governo do presidente Bolsonaro assume uma posição contra a ZFM e contra os trabalhadores do Amazonas. Lamento muito em dizer isso, espero que todos possamos nos unir. Nós já enfrentamos adversários como esses e sobrevivemos, e se Deus quiser, vamos sobreviver novamente”, disse Braga.

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Plínio Valério (PSDB) também foi totalmente contra a medida e informou que a bancada do Amazonas irá se unir para tentar frear a redução do IPI. “Vamos apresentar uma solução técnica contra esse decreto publicado às vésperas do feriado que atinge em cheio a Zona Franca de Manaus, tirando a competitividade da nossa produção. Reafirmo a necessidade de incluirmos novas matrizes no nosso polo industrial”, escreveu.

O deputado federal Zé Ricardo (PT) chamou a redução do imposto de ‘golpe de morte contra a ZFM’, visto que diversas empresas podem deixar a capital e ocasionar o desemprego.  

“Golpe de morte contra ZFM. Bolsonaro edita decreto de redução do IPI, mas não garante o incentivo da ZFM. Vai diminuir as vantagens das empresas em Manaus. Poderá haver saída de empresas gerando desemprego e menos arrecadação pública. É o desprezo do governo federal com o Amazonas”, afirmou Zé Ricardo.

Já o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD), se manifestou antes mesmo da publicação do decreto, afirmando que, se ele fosse baixado, de fato, irá ingressar com representação contra o presidente Bolsonaro.

“Caso o decreto de redução do IPI seja realmente publicado, imediatamente apresentarei representação eleitoral contra o presidente da República. A lei eleitoral é absolutamente clara ao vedar a concessão de benefício em ano eleitoral”, disse Ramos.

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Serafim Corrêa (PSB), que é economista, não se conteve e chamou de ‘canalhas’ a cúpula do governo federal. “Confirmando os rumores, o governo federal reduziu o IPI em 25% prejudicando Estados, Municípios e a ZFM. Para amortecer a repercussão publicaram às 18:00, em edição extra do DOU, na sexta feira antes do carnaval. CANALHAS!”, criticou.

Também lamentou o decreto o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado estadual Roberto Cidade (PV). De acordo com ele, as dificuldades de logística vão falar mais alto e afastar as empresas da cidade, ocasionado o desemprego de muitos trabalhadores.

“Prevejo, infelizmente, uma fuga de indústrias e um grande número de desempregados em nosso Estado. Justamente num momento em que começávamos a nos soerguer, após dois anos de pandemia. Neste momento, é preciso que todos os representantes de nosso Estado se unam para que tentemos, junto ao Presidente da República e ao Ministro da Economia, para que voltem atrás dessa decisão. Do contrário, será um golpe mortal para nós”, disse.

O ex-prefeito Arthur Neto (PSDB) criticou Paulo Guedes e afirmou que a sua conta equivocada. “Fala-se em crescimento do PIB de R$ 467 bi e investimentos de R$ 314 bi. Em 15 anos! E não falam da queda de arrecadação de R$ 22 bi, reflexo das perdas de Estados e municípios, o equivalente ao concedido, em troca de apoio duvidoso, em emendas a deputados e senadores”, afirmou Arthur.

“Portanto, ministro Paulo Guedes, com todo o respeito, sua conta não está bem-feita. E digo isso seguro de que não podemos ter mais inflação agora, de que não podemos falar em melhoria em 15 anos porque estamos em uma situação caótica na economia brasileira neste momento”, disparou o ex-prefeito de Manaus.

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Quem também se manifestou sobre o assunto foi o ex-deputado federal e agora secretário municipal de Educação (Semed), Pauderney Avelino. “O Decreto 10.979 do governo federal, editado hoje, 25/02, fere de morte a ZFM, pois reduz o IPI de todos os produtos industrializados do Brasil, e vai provocar, se não for revertido, uma demandada das indústrias aqui instaladas, causando desemprego em massa no Amazonas”, disse.

Vereador na Câmara Municipal de Manaus (CMM), Rodrigo Guedes (PSC) afirmou ser a favor de redução de impostos, mas que a ZFM não pode ser atropelada.

“É pra [sic] fechar o caixão e enterrar a ZFM de vez! Este decreto tira toda a nossa competitividade! Precisa ser ajuizada uma ADI para ser declarada a inconstitucionalidade dessa medida! Sou a favor de redução de impostos, como qualquer brasileiro, mas a ZFM não pode ser atropelada. A defesa da nossa população amazonense tem que estar acima de qualquer disputa. Isso é muito sério e grave para nós, pode simplesmente falir o estado, provocando efeito cascata. Precisa ser revogada, mas já deixa a marca da instabilidade para um investidor e afugenta-os”, disse Guedes.