A Prefeitura de Manaus ainda não emitiu qualquer posicionamento sobre a Operação Boca Raton, deflagrada pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) nesta sexta-feira (18), tendo familiares da primeira-dama Elisabeth Valeiko como alvo. A filha da primeira-dama, Paola Valeiko Molina e o seu genro, Igor Gomes Ferreira, são o principal alvo dos mais de 30 mandados de busca e apreensão e buscas pessoais que foram expedidos.
O prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) e Elisabeth ainda não se manifestaram sobre a operação, sendo por meio de nota ou nas suas redes sociais, até o momento. A Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) informou que uma nota deve ser divulgada ainda hoje, mas não especificou um horário.
Investigados por lavagem de dinheiro e tráfico de influência
Paola Valeiko Molina e Igor Gomes Ferreira são investigados por possível formação de organização voltada para prática de crimes de lavagem de dinheiro, peculato, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva.
Leia mais: Investigação contra a primeira-dama por suspeita de lavagem de dinheiro continua parada no MP
Tratam-se de medidas cautelares complementares a outras diligências já realizadas no âmbito desta investigação, que foi instaurada em novembro de 2019, e que reúne relatórios de Inteligência Financeira além de outras provas materiais colhidas durante a tramitação do processo investigatório criminal pertinente.
Foram realizadas 20 buscas e apreensões domiciliares e 11 buscas pessoais. Foram recolhidos equipamentos eletrônicos, documentos e todo material que servirá para ajudar no andamento das investigações.
As diligências foram cumpridas com apoio da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM). As medidas foram deferidas pelo Poder Judiciário para serem cumpridas em segredo de Justiça, o que impede o MP-AM de repassar maiores informações sobre o material recolhido durante as diligências e seus investigados, ou ainda sobre as razões e fundamentos.
Portal AM1 adiantou operação
No dia 8 de novembro, o Portal AM1 revelou que a primeira-dama de Manaus, Elisabeth Valeiko, sua filha, Paola Valeiko Molina e o seu genro, Igor Gomes Ferreira estavam sendo alvo de investigação pela suspeita da prática de lavagem de dinheiro. Por conta de a apuração ser sigilosa, o caso só foi revelado após o vazamento de documentos. Há pelo menos um ano, o caso estava sem atualização, praticamente parado no Ministério Público do Amazonas (MP-AM).
Os documentos vazados e sigilosos são datados de 26 de novembro de 2019 e de 3 de dezembro do mesmo ano.
A suspeita é que a primeira-dama, sua filha e genro tenham praticado lavagem de dinheiro pela rápida evolução do patrimônio da família. Tais indícios teriam ficado evidentes pela compra de franquias de uma pizzaria, no valor de R$ 3 milhões; pela aquisição de casas em condomínios de luxo, de uma concessionária/locadora de veículos e de casas lotéricas. Algo que não condiz com os bens que eles possuíam.
‘À disposição’
A Prefeitura de Manaus esclarece que nenhum representante da gestão municipal foi alvo da operação deflagrada nesta sexta-feira, 18/12, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O município destaca, ainda, que está à disposição para colaborar com os trabalhos dos órgãos competentes.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.