'Presos políticos não podem pagar', diz deputada do PL sobre atentado

Presidente da CCJC apoia anistia aos presos do 8 de janeiro - Foto: (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Brasília (DF) – Após os atentados na Praça dos Três Poderes na capital federal, dúvidas surgem sobre a aprovação do Projeto de lei 2858/2022, conhecido como PL da anistia.

Na noite de quarta-feira (13) Francisco Wanderley Luís jogou explosivos contra a estátua da Justiça, e em seguida cometeu auto-extermínio. O caso está sendo tratado como terrorismo.

O projeto que estava sendo discutido na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) na Câmara dos Deputados, perdoa as condenações dos participantes dos atentados.

No dia da votação, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), retirou o projeto da comissão comandada pela deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) que defende a aprovação da proposta.

Nas redes sociais, a parlamentar afirmou esperar que o ocorrido não seja colocada “nas costas de quem aguarda ansiosamente” pela justiça. Para ela os “presos políticos não podem pagar” pelo atentado.

Deputada defende anistia dos presos do 8 de janeiro – Foto: (Reprodução/ Redes Sociais)

Para o cientista político Guilherme Soares, o ocorrido provoca um enviesamento e um desfecho negativo para aqueles que esperam pela anistia.

“O fato de que o executor do atentado de ontem, menciona uma mulher que foi presa no 8 de janeiro por pixar a estátua, em mensagens de texto, como numa espécie de promessa de vingança, atrapalha e muito a busca pela anistia,” destacou o especialista.

O ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha, comentou o ataque e pontuou que “o atentado reforça ainda mais um ambiente no Congresso Nacional para que não se pense de forma alguma em anistiar que pratica crimes contra a democracia, em especial, todos os atos preparatórios até o dia 8 de janeiro,”afirmou Padilha à GloboNews.

Francisco Wanderley Luís estava em Brasília no início de 2023, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei passos Rodrigues, afirmou que os investigadores não descartam a possibilidade de o homem estar na capital no dia 8 de janeiro.

O chaveiro residia no Distrito Federal (DF) desde julho deste ano, ele alugou uma kitnet na Ceilândia, região administrativa do DF.

No espelho do banheiro da residência deixou uma mensagem para Débora Rodrigues, presa por pixar a estátua da justiça durante os ataques do 8 de janeiro de 2023.

“Por favor, não desperdice batom! Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de merda se usa TNT,”disse o homem-bomba.

Francisco jogou explosivos na estátua na última quarta-feira (13), mas o real objetivo era lançar as bombas dentro do Supremo Tribunal Federal (STF). Com a falha do plano terrorista, cometeu auto-extermínio.

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