(Foto: Celso Maia/Portal AM1)
Manaus (AM) – Pré-candidata à Prefeitura de Manaus, a petista Anne Moura afirmou, em entrevista exclusiva ao Portal AM1, que sua pré-candidatura partiu do próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O PT, ele ainda é um partido vivo, ainda está em um processo de decisão, ele faz parte de um projeto nacional, e como eu disse, eu sou secretária nacional de Mulheres do PT e [a posição] me deu a oportunidade de ver muitos dados concretos de que a participação das mulheres ainda é muito tímida. E o próprio presidente Lula falou: ‘por que você não disputa, Anne?’. Antes, em 2022, eu iria ser candidata federal e ele me fez essa provocação: ‘você organiza as mulheres, então se coloca à disposição também'”, conta Moura.
Seguindo a orientação de Lula, Anne Moura conta que veio para o Amazonas, em 2022, com a intenção de ser candidata a deputada federal e acabou se tornando candidata a vice-governadora na chapa encabeçada por Eduardo Braga (MDB), e agora, “vive esse processo de escolha interna”, haja vista que o PT, no Amazonas, já conta com nomes considerados fortes na política local como Zé Ricardo (PT) e Sinésio Campos (PT).
“Eu acho que, para nós, mulheres, não tem um convite para você ser [candidata]. Você tem que se colocar mesmo, e por que eu vou me colocar para vereadora se eu posso ser candidata a prefeita? Então, pode ser que, lá frente, eu não seja a escolhida; mas eu estou preparada para ser”, diz a petista confiante.
Questionada sobre o PT ter governado o País por 14 anos consecutivos, e nesse período nunca ter conseguido eleger um prefeito em Manaus, Anne afirma que também se faz o mesmo questionamento, e completa, ainda, dizendo que está disposta a mudar essa história, tornando-se a primeira mulher e petista a assumir a Prefeitura de Manaus.
Racha?
Quando questionada sobre um possível racha dentro da legenda no Amazonas, Anne diz que “não existe”, até porque o partido é formado por outros grupos políticos e sempre terá alguém que não vai concordar com tudo o que for designado pela sigla, inclusive, ela mesma discorda de posicionamentos diferentes.
Vale lembrar que Anne e o vereador Sassá da Construção Civil (PT) andaram se alfinetando recentemente, pois Sassá, assim como ela, também afirmou ser pré-candidato a prefeito de Manaus. Em uma das indiretas, ou melhor dizendo, das diretas do vereador, ele diz que é o único que não tem um representante nacional na sigla, ou seja, “que não é beneficiado”, mas mesmo assim, tem poder de decisão porque tem mandato, e Anne não.
Sobre esse comportamento do colega, Anne Moura afirma que gostaria de conversar com o petista para falar sobre o assunto, pois às vezes, ele não atua como deveria, que é fiscalizar o Executivo Municipal.
“Na verdade, o que eu percebo ali [na CMM] é que os vereadores deveriam cumprir o seu papel, que é fiscalizar. Agora, você vê uma realidade em que metade é de um lado e metade é de outro. Já está definido na arena política quem é de quem, quando, na verdade, eles deveriam estar defendendo o voto deles, para o que eles foram eleitos — para fiscalizar. Eu não tenho problema para quem tem aliança com governo ou quem defende, ou quem apoia. Para a governabilidade, é necessário ter apoio, agora, tem que ter opinião, tem que ter senso crítico, tem que respeitar o voto do povo”.
“Agora, tudo o que o prefeito fala, aceita, tudo o que o governo fala, aceita, aí você não foi eleito para ter mandato. Era bom ter sido secretário ou assessor. Agora, se você tem um mandato, você tem que representar os anseios do povo, e não é o que tem acontecido”, dispara a pré-candidata.
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