Manaus, 21 de maio de 2024
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Política

‘Quem fizer algo errado será convidado a deixar o governo’, diz Lula em reunião ministerial

Na reunião, Lula afirmou que, apesar de divergência, todos da equipe devem trabalhar para o bem comum

‘Quem fizer algo errado será convidado a deixar o governo’, diz Lula em reunião ministerial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva coordena a primeira reunião ministerial de seu governo, no Palácio do Planalto (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou a primeira reunião ministerial com todos os 37 ministros de sua equipe de governo e defendeu a união entre as pessoas para acabar com as “brigas familiares” motivadas pela polarização política. No início do encontro, o petista disse que sua equipe não tem um “pensamento único”.

“Não somos um governo de pensamento único, de filosofia única, de apenas pessoas iguais. Somos um governo de pessoas diferentes. O que é importante é a gente, pensando diferente, fazer um esforço para que no processo de reconstrução desse país, pensemos igual”, disse Lula, que apesar de divergência, todos da equipe devem trabalhar para o bem comum.

Sobre sua relação com os ministros, ele prometeu lealdade e que vai agir como um irmão mais velho ou um pai. “Não deixarei nenhum de vocês pela estrada”, disse aos ministros.

Leia mais: Lula reúne com todos os ministros no Palácio do Planalto

Um pouco antes, o presidente afirmou que também tem compromisso de ser honesto com o povo brasileiro. “Quem fizer errado sabe que tem só um jeito: a pessoa será simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo. E se cometer algo grave a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria Justiça”, alertou.

Congresso Nacional

O presidente cobrou também, na primeira reunião, respeito às leis e à Constituição e uma boa relação com o Congresso Nacional.

“Eu vou fazer a mais importante relação com o Congresso que eu já fiz. Não mandamos no Congresso, dependemos do Congresso, e por isso, cada ministro tem que ter a paciência e a grandeza de atender bem cada deputado e senador”, pediu Lula aos ministros.

O chefe do poder Executivo disse que, caso isso não aconteça, o governo vai ouvir o que não quer quando precisar de votos para aprovar matérias importantes.

“Temos que saber que nós é que temos que manter uma boa relação com o Congresso Nacional. Não tem importância que você divirja de deputados e senadores. Quando vamos conversar não estamos propondo casamento”, ressaltou, dizendo que as alianças podem ser temporárias em temas que interessem ao povo.

Ainda sobre a relação que os ministros precisam ter com o Congresso, o presidente afirmou que se for preciso, atuará pessoalmente com os parlamentares.

“Já estive oito anos na Presidência, e gostaria de dizer que dessa vez vocês não se preocupem porque terão um presidente disposto a fazer todas as conversas necessárias com partidos políticos e lideranças”, salientou.

“Não adianta ter o governo tecnicamente mais formado em Harvard possível e não ter um voto na Câmara e no Senado”, afirmou à equipe que muitos deles são resultado de acordos políticos.

Agronegócio

O presidente citou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD-MT). Segundo ele, empresários “de verdade do agronegócio sabem a necessidade da produção sem precisar ofender ou adentrar a floresta amazônica ou qualquer bioma”.

Metas

Antes de começar a reunião, Lula publicou uma mensagem no Twitter, onde disse que o objetivo do encontro era “organizar os trabalhos”.

A pauta principal da reunião ministerial foi as metas para os 100 primeiros dias de governo. O discurso inicial de Lula – de 20 minutos – foi aberto à imprensa e a reunião seguiu fechada.

Após uma apresentação do chefe da Casa Civil, ministro Rui Costa, sobre pontos levantados pela equipe de transição, cada ministro teve cinco minutos para expor suas prioridades.

Antes da reunião começar, a primeira-dama Janja, presenteou os ministros com a foto tirada no dia da posse de Lula com a equipe ministerial completa.

(*) Com informações da Agência Brasil