Manaus, 14 de maio de 2024
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Cenário

Referência negativa de Manaus na pandemia gera crise no setor hoteleiro

Atualmente, hotéis da capital, com 200 quartos, chegam a funcionar com menos de 10 hóspedes

Referência negativa de Manaus na pandemia gera crise no setor hoteleiro

Centro de Manaus com grande movimentação neste final de ano Foto: Márcio Silva / Portal Amazonas

O avanço de casos da covid-19 em Manaus e no Amazonas ocasionou um colapso na rede hoteleira da capital e levou ao fechamento de muitos estabelecimentos do setor. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Amazonas (Abih), atualmente, hotéis da capital chegam a funcionar com menos de 10 hóspedes.

Para o presidente da Abih, a capital amazonense enfrenta um cenário que se tornou uma referência negativa dentro e fora do Brasil, por conta da crise no sistema de saúde e pela descoberta de novas cepas do coronavírus. Com o cenário, os empresários do ramo tiveram que abrir negociações de férias antecipadas para manter funcionários.

“Eu posso dizer que hoje Manaus é referência negativa no mundo todo, principalmente quando se fala em ‘nova cepa’. Então, realmente é um dano muito grande, a imagem é essa e a classe sofre muito. As demissões continuam, existem hotéis hoje com quatro funcionários, você não pode manter funcionários se não tem como pagar, aí é obrigado a fazer acordos, negociar férias antecipadas”, explica Roberto Simão Bibol, presidente Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Amazonas.

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Roberto Simão também explica que o ramo de hotelaria, em Manaus, não obtém hoje nem 40% do que é gasto para o mantimento dos apartamentos, o lucro é mínimo para manter os hotéis. Alguns hotéis chegaram a respirar em dezembro, quando houve a flexibilização e um acordo com governo e o comércio – época que o setor voltou a registrar alta de hospedagens.

“Veja bem, o mínimo para se manter um hotel em pé hoje é 40% de lucro, hoje eu posso dizer, sem medo de errar, que nenhum hotel em Manaus tem conseguido obter isso, isso de porte para porte de hotel. Temos empresários no ramo da hotelaria, hoje, que administram um hotel de 200 quartos com menos de 10 hóspedes. Chegamos a respirar em dezembro quando houve a flexibilização, mas logo em seguida, os decretos voltaram e hoje sobrevivemos de funcionários de empresas de aviação ou médicos de fora”, declarou.

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Crédito emergencial

Ao Portal Amazonas 1, a Empresa Estadual de Turismo Amazonastur declarou que o governo estadual tem atuado no amparo desses empresários por meio de um crédito emergencial de financiamento. O crédito é disponibilizado por meio da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) e o valor é de R$ 500 a R$ 10 mil reais, de acordo com a atividade produtiva do hotel.

“Por sua vez, a Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur) lançou uma cartilha para instruir os empresários do setor turístico sobre como obter o crédito disponibilizado pela Afeam. Os guias de turismo cadastrados como Microempreendedores Individuais (MEI) também podem acessar o recurso. Além disso, a Amazonastur está auxiliando os empreendedores com suporte técnico, com o objetivo de facilitar que todos os interessados sejam contemplados”, esclarecimento da Amazonastur, em nota.