Manaus, 20 de maio de 2024
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Manaus, 20 de maio de 2024

Cidades

‘Se a população continuar aglomerando, o Estado não vai conseguir atender a todos’, diz secretário de Saúde

No primeiro dia do ano, ontem, o estado registrou mais 561 casos de coronavírus, totalizando 201.574 mil pessoas infectadas. Já os óbitos subiram para 5.295, no total

‘Se a população continuar aglomerando, o Estado não vai conseguir atender a todos’, diz secretário de Saúde

Foto: Reprodução

“Se a população continuar aglomerando, sendo infectada e adoecendo, vai chegar uma hora em que o Estado não terá condições de atender a todos”, disse o secretário estadual de Saúde (SES-AM), Marcellus Campêlo, sobre a situação da pandemia no Amazonas, durante entrevista a um jornal local, nesta semana.

No primeiro dia do ano, ontem, o Amazonas registrou mais 561 casos de coronavírus, totalizando 201.574 mil pessoas infectadas. Já os óbitos subiram para 5.295, no total.

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O Amazonas vem apresentando aumento no número de casos diários, desde novembro, com número acima de 500. Em dois dias de dezembro, o estado registrou mais de mil casos novos, conforme dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM).

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De acordo com Marcellus Campêlo, a falta de proteção necessária, aglomerações em eventos e, inclusive, as eleições foram um dos motivos para a subida nos números.

“Quando saíram do home office, essas pessoas saíram sem a proteção necessária. As diversas aglomerações em praias, flutuantes, casas de show e bares contribuíram para o crescimento. As convenções partidárias e campanhas eleitorais também causaram muitas aglomerações e casos confirmados. Nesse período, o número de internações só aumentou”, disse.

Pressão

Com as comemorações de Natal e Ano Novo, a previsão do gestor é que daqui a 15 dias, o número de internações aumente, levantando a pressão sobre a rede de saúde. Por conta disso, a SES-AM já vem realizando algumas mudanças nas unidades hospitalares.

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“Nós estamos realizando um trabalho que chamamos de ‘Plano de Contingência’, no qual estamos na fase 4. Estamos mudando o perfil das unidades de saúde para que elas possam receber pacientes da covid-19, mudando a sua característica. O Hospital Platão Araújo, que é porta de entrada geral, foi reconfigurado para atender mais covid que outras patologias. A mesma coisa está acontecendo com o Hospital 28 de agosto”.

Mas, mesmo com algumas medidas sendo tomadas pelo governo, a população precisa fazer a sua parte, para que os hospitais não venham a lotar, como já vem acontecendo. Marcellus Campêlo relembra que além da covid-19, há outras patologias para serem tratadas nas unidades de saúde.

“Com o número de internações que estamos, vai chegar um momento em que o Estado não vai conseguir mais dar conta porque, inclusive, nós estamos concorrendo com outras patologias. Além da  covid, que está crescendo muito as internações, nós temos outras causas externas, como acidente de trânsito. Isso lota leitos e concorre com a covid”, afirmou.

“Por isso, as atividades têm que estar restritas. Assim, você diminui o número de internações por outras causas. Para evitar o colapso, o governo está abrindo mais leitos onde nós podemos. Abriremos 56 no Delphina Aziz, nos próximos dias, em uma área no 6º andar do prédio, onde é um depósito”, continuou.

Vacina

Diante disso, a expectativa pela vacina é ainda maior. Segundo o titular da SES-AM, um lote poderá ser enviado pelo governo federal ao Amazonas neste mês. Mesmo com situação crítica no estado, o Amazonas, até o momento, ainda não é considerado como prioridade para receber a vacina.

“O governo federal já sinalizou que no mês de janeiro pode vir um lote para o Estado. Estamos muito esperançosos com a vacina, apesar de sabermos que o lote é muito pequeno, mas, pelo menos ele vai conseguir alcançar a faixa etária da população que mais está sofrendo com o coronavírus, que é a faixa etária de 60 anos, pois 74% dos que morrem pela covid-19 são pessoas acima de 60 anos”, disse.