Sérgio Moro e o deputado Jair Bolsonaro,antes da cerimônia de diplomação de Bolsonaro como presidente da república eleito. Brasília-DF, 10/12/2018 Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE
O presidente Jair Bolsonaro convocou uma coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira, 24, momento em que se pronunciou sobre a exoneração de Maurício Valeixo e sobre a demissão de Sergio Moro. Na coletiva, estavam presentes ministros do presidente e seu vice, Hamilton Mourão.
Segundo Bolsonaro, as investigações que ele exigia eram do caso Adélio Bispo, e também sobre o porteiro, que ligava o presidente ao caso Marielle Franco e um de seus filhos.
“Não posso negar que não chorei, porque chorei. Uma coisa é admirar uma pessoa, a outra é conviver com ela, trabalhar com ela. Hoje, por coincidência, tomando café com alguns parlamentares eu lhes disse: ‘Hoje, vocês conhecerão aquela pessoa que tem compromisso consigo próprio, com seu ego e não com o Brasil”, declarou Bolsonaro.
Bolsonaro declarou em coletiva que quando o ex-ministro Sergio Moro falava em ‘interferências políticas’ e acesso às investigações, falava de quando o presidente pedia relatórios e andamentos das investigações sobre o caso Adélio, o autor da facada em Bolsonaro durante a campanha de 2018; o do caso do porteiro que em depoimento apontou que um dos envolvidos no assassinato de Mariele Franco havia ligado para a casa do presidente.
“A Policia Federal mais se preocupou com a Marielle do que com o seu chefe supremo. Eu acho que todas as pessoas de bem no Brasil querem saber. Entendo senhor ex-ministro, entre o meu caso e o da Marielle, o meu está muito menos difícil de se solucionar”, afirmou. “Acredito que a vida do presidente da República tem significado. Isso é interferir na Polícia Federal?” completou o presidente.
Em coletiva, o presidente também revelou que Moro aceitaria demissão de Valeixo, se ele indicasse o então ministro ao STF.
“Mais de uma vez, o senhor Sergio Moro disse para mim: ‘Você pode trocar o Valeixo sim, mas em novembro, depois que o senhor me indicar para o STF”, declarou.
Jair Bolsonaro finalizou esclarecendo que não guarda mágoas de Sergio Moro, mas que sabe quem são as pessoas que estão no meio dele e que não o querem ver na cadeira da presidência. Em um trecho do pronunciamento, ele reforçou que a indicação do diretor-geral da PF cabe a ele e que, se um dia ele se “submeter a qualquer subordinado”, deixará de ser presidente.
“Eu não posso conviver ou fica difícil a convivência com uma pessoa que pensa bastante diferente de você”, finalizou.
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