Manaus, 19 de maio de 2024
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Política

Em Santarém, indígenas protestam contra construção da Ferrogrão

O ato ocorreu durante o seminário Técnico sobre Viabilidade dos Aspectos Socioambientais da Ferrovia EF-170.

Em Santarém, indígenas protestam contra construção da Ferrogrão

(Fotos: Reprodução)

Manaus (AM) – Nesta terça-feira (6), durante o Seminário Técnico sobre Viabilidade dos Aspectos Socioambientais da Ferrovia EF-170 (Ferrogrão), indígenas fizeram um ato de manifestação contra a construção da ferrovia, que servirá para escoar a produção de grãos.

O encontro terá duração de dois dias, sendo o primeiro nesta terça-feira (7), em Santarém (PA), e segue até esta quarta-feira (8), no auditório Tapajós do Campus da Universidade Federal do Oeste do Pará.

O evento discutirá, junto à sociedade civil, comunidades indígenas, acadêmicos e organizações não governamentais, temas como: Histórico e Impactos Socioambientais do Corredor Logístico Norte; O que é o projeto da Ferrogrão? Entre outros temas.

Indígenas dos povos Munduruku, Kayapó, Panará, Xavante e Tapajós, além de ribeirinhos e agricultores familiares não concordam com a construção da ferrovia e realizam diversas manifestações contra a construção do projeto – que prevê passagens por áreas de preservação permanente e terras indígenas, onde vivem aproximadamente 2,6 mil pessoas.

“Essa ferrovia vai impactar nossa região [assim] como Belo Monte, que está matando o Xingu”, contesta o cacique dos Kayapó, Patkore Mekraknotire.

A Ferrogrão deve custar R$ 34 bilhões, mas promete reduzir o preço do transporte ao produtor agrícola, uma vez que vai substituir os caminhões que trafegam pela BR-163 pelos vagões da ferrovia.

Assim sendo, a malha de 933 quilômetros de extensão liga a cidade de Sinop, em Mato Grosso, a Itaituba, sudoeste do Pará, às margens do rio Tapajós.

Do município paraense, a carga seguirá de navio para portos da Ásia, África e Europa; contudo, os povos indígenas alegam que não houve consulta prévia, e que a construção traz riscos socioambientais.

O projeto de ferrovia foi apresentado há mais de uma década por multinacionais do agronegócio, como ADM, Amaggi, Bunge, Dreyfus e a própria Cargill, e depois encampado pelos governos de Michel Temer (MDB), Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT), que o incluiu no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Assista ao protesto dos indígenas:

 

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