Manaus, 30 de abril de 2024
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Manaus, 30 de abril de 2024

Política

Senadores denunciam resultado das eleições para presidência à Justiça Militar

A “denúncia” diz que a equipe das Forças Armadas de Fiscalização e Auditoria do Sistema Eletrônica de Votação passou por um  “constrangimento ilegal”

Senadores denunciam resultado das eleições para presidência à Justiça Militar

Foto: reprodução

Em um momento político marcado pela descrença na transparência dos votos nas urnas eletrônicas, um documento foi enviado ao  procurador-geral da Justiça Militar, Antônio Pereira Duarte, que pede a apuração de supostos “fatos criminosos” durante as eleições de 2022, para a presidência, assinado pelo subprocurador Carlos Frederico de Oliveira Pereira, após receber denúncias de parlamentares. 

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Um grupo de 13 senadores é citado no ofício: Zequinha Marinho (PL-PA), Mailza Gomes (PP-AC), Guaracy Silveira (PP-TO), Jayme Campos (União-MT), Chico Rodrigues (União-RR), Eduardo Gomes (PL-TO), Lasier Martins (Pode-RS), Elmano Férrer (PP-PI), Styvenson Valentim (Pode-RN), Plínio Valério (PSDB-AM), Roberto Rocha (PTB-MA), Eliane Nogueira (PP-PI) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

No texto inserido no ofício, Carlos Frederico de Oliveira Pereira alega que chegou a ele a narração dos fatos, “em tese, criminosos”.

“No entanto, em um exame perfunctório não se vislumbra adequação típica concreta pelas razões que serão demonstradas. Deve ser recebido, portanto, como narrativa de fatos, que podem demandar atuação de outros órgãos do MPM junto às Auditorias da Justiça Militar, notadamente a PJM/Brasília-DF, e também do MPF, de primeiro e segundo graus, bem como nas instâncias extraordinárias”, completa Frederico.

A “denúncia” diz que a equipe das Forças Armadas de Fiscalização e Auditoria do Sistema Eletrônica de Votação passou por um  “constrangimento ilegal”. “A base dessa narrativa assenta-se no não atendimento de diligências solicitadas pela equipe do Ministério da Defesa por ocasião da fiscalização do sistema eletrônico de votação”.

“Em segundo lugar, a narrativa refere-se a possível interferência de empresas estrangeiras no processo eleitoral, que não pôde ser averiguada visto que os militares da equipe supracitada não tiverem amplo acesso às informações relacionadas ao pleito eleitoral, ao contrário dessas empresas Big Techs, que, segundo alegam, mantêm parceria com a Justiça Eleitoral”, explicam os senadores.

O ofício ainda cita o relatório enviado pelo Ministério da Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que gerou mais insegurança aos eleitores sobre o resultado das eleições, em que a pasta diz que, “embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”.   

Para o subprocurador, a equipe das Forças Armadas deveriam ter recebido mais informações sobre o processo eleitoral e que tais omissões devem ser consideradas  “crime militar”. “A presença das FFAA (Forças Armadas) na fiscalização do pleito eleitoral, em hipótese alguma acontece da mesma forma que entidades civis convidadas também para esta atividade”, argumenta Pereira.

Ainda segundo Carlos, por se tratar de um sistema inteiramente eletrônico existe uma maior facilidade para fraudes eleitorais. 

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“Agora, a situação fenomênica demanda segurança muito além do nível de segurança pessoal e patrimonial, pois existe a possibilidade real de ataque cibernético, guerra híbrida, situação que só eles têm treinamento adequado para o enfrentamento. A interferência eleitoral é um exemplo claro de guerra híbrida, como aconteceu no conflito Rússia-Ucrânia”, relata.

Segundo o relato dos senadores, há indícios de que o processo eleitoral possa ter sofrido interferência de “empresas estrangeiras” e que existe “farta documentação” sobre o assunto.

A “denúncia” diz que a equipe das Forças Armadas de Fiscalização e Auditoria do Sistema Eletrônica de Votação sofreu “constrangimento ilegal”. “A base dessa narrativa assenta-se no não atendimento de diligências solicitadas pela equipe do Ministério da Defesa por ocasião da fiscalização do sistema eletrônico de votação”.

“Em segundo lugar, a narrativa refere-se a possível interferência de empresas estrangeiras no processo eleitoral, que não pôde ser averiguada visto que os militares da equipe supracitada não tiverem amplo acesso às informações relacionadas ao pleito eleitoral, ao contrário dessas empresas Big Techs, que, segundo alegam, mantêm parceria com a Justiça Eleitoral”, explicam os senadores.

O ofício cita o relatório enviado pelo Ministério da Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em que a pasta diz que, “embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”. Nesse documento o ministério afirma que há aspectos importantes que apontam riscos para a segurança nas eleições.

“Ataque cibernético”
Nas palavras do subprocurador, a equipe das Forças Armadas deveria ter recebido maior apoio e informações sobre o processo eleitoral. E que obstáculos colocados podem ser considerados “crime militar”. “A presença das FFAA (Forças Armadas) na fiscalização do pleito eleitoral, em hipótese alguma acontece na mesma forma que entidades civis convidadas também para esta atividade”, argumenta Pereira.

Segundo ele, como o sistema é todo eletrônico, o processo é bem mais complexo do que quando se tratava de cédulas.

“Agora, a situação fenomênica demanda segurança muito além do nível de segurança pessoal e patrimonial, pois existe a possibilidade real de ataque cibernético, guerra híbrida, situação que só eles têm treinamento adequado para o enfrentamento. A interferência eleitoral é exemplo claro de guerra híbrida, como aconteceu no conflito Rússia-Ucrânia”, continua.

O Metrópoles procurou a assessoria da Procurador-Geral da Justiça Militar para saber o andamento do processo, mas, até o momento, não recebeu resposta. A reportagem também interpelou alguns dos senadores e aguarda o retorno. O espaço segue aberto.

(*) Com informações do Metrópoles