Trabalhadores participaram de uma reunião para discutir soluções para o problema (Foto: Del Lima/Portal AM1)
MANAUS – Pescadores e comerciantes do setor voltaram a denunciar, nesta sexta-feira (10), a cobrança de taxas “abusivas” no Terminal Pesqueiro de Manaus. As taxas de embarcações e veículos no terminal podem chegar a R$ 300 e, segundo os trabalhadores, prejudicam as vendas no local.
Cerca de 50 trabalhadores se reuniram na zona Sul da capital com a Federação dos Pescadores do Estado do Amazonas (Fepesca) para apresentar a demanda.
Conforme o pescador Davi Monteiro, as taxas são pagas de segunda a sábado à empresa Amazon Best Aquicultura. A empresa comprou o terminal em março do ano passado em leilão do governo federal.
“Ninguém ‘tá’ [sic] pedindo nada de graça dos outros, mas do jeito que eles estão fazendo com a gente, eles não querem mais que a gente trabalhe lá. ‘Tá’ todo muito sofrendo. Até a nossa venda caiu, o pessoal não ‘tá’ querendo descer para comprar lá. Todo mundo com medo de descer lá por causa de cobrança”, afirmou o pescador.
Ainda segundo Monteiro, os trabalhadores têm um tempo limitado para ficar no terminal. Mesmo quando não conseguem vender todo o pescado, precisam sair da balsa, ou seja, acabam ficando no prejuízo.
Conforme o presidente da Federação dos Pescadores do Estado do Amazonas (Fepesca), Walzenir Falcão, a denúncia chegou à federação há cerca de três semanas. “Estabeleceram valores de R$ 200 por semana para cada um, e tem alguns deles que não têm um barco para vender durante uma semana”, relatou.
Denúncias são encaminhadas ao Estado
Após a reunião, o presidente da Fepesca se reuniu com o prefeito de Manaus, David Almeida. Segundo Walzenir, o prefeito “deu total atenção” à demanda.
Além disso, o chefe do Executivo Municipal teria ligado para o vice-governador e marcado um encontro com a Federação e o Governo do Amazonas. Nas próximas semanas, governo e prefeitura devem se manifestar sobre o assunto.
Problema antigo
Localizado na zona Sul de Manaus, o Terminal Pesqueiro começou a ser construído em 2005, por R$ 20 milhões. Deste valor, R$ 14 milhões foram do governo federal e R$ 6 milhões da Prefeitura de Manaus. Mesmo com alto investimento, o terminou se degradou ao longo dos anos sem nunca ter funcionado.
A alternativa encontrada em março de 2022 pelo governo federal foi privatizar o espaço. Em leilão realizado pela Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a empresa Amazon Peixes arrematou o terminal por R$ 127 mil.
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