Manaus (AM) – Suspensos desde a noite de quarta-feira (26) pela Justiça Federal, a falta dos serviços do Telegram começa a causar transtornos para quem usa a plataforma para trabalho, principalmente. Visto como mais liberal que as demais plataformas usadas para troca de mensagens, o Telegram viu crescer, nesse ambiente, vários grupos extremistas, como os que disseminaram mensagens de apoio aos ataques as escolas em março.
A plataforma recebeu ordem que suspende seu acesso e distribuição no Brasil por determinação da Justiça Federal do Espírito Santo que instaurou a medida após a empresa não entregar à Polícia Federal (PF) dados sobre grupos investigados suspeitos de planejarem e participarem de ataques a escolas, além de dados sobre células neonazistas no Brasil.
Liberdade de expressão vs. responsabilidade
A suspensão do Telegram levantou o debate sobre a liberdade expressão nas redes sociais, mas enquanto os polemistas se calam sobre a questão da liberdade ou não de se emitir opiniões extremistas, quem usa a plataforma para trabalho ou lazer sente falta da ferramenta.
Para a social media Rebeca Peixoto, a medida não pode ser considerada excessiva, mas a falta da ferramenta irá atrapalhar a vida de quem trabalha com o Telegram. “Por ser ‘terra de ninguém’, até mais livre que outras plataformas já muito abertas, o Telegram atrai todos tipo de pessoas e esses conteúdos (de ódio) são facilmente encontrados. Mas suspender a rede causa transtornos a quem trabalha com imagens que necessitam de qualidade e velocidade no fluxo”, disse a profissional.
A empresária Daniela Oliveira, que usa o Telegram para divulgar serviços e também para acompanhar publicações de negócios, acredita que deve haver uma regulamentação dos serviços. “É fácil encontrar material ilegal sendo vendido e comentários extremistas na plataforma. Me atrapalha não usar por um tempo, mas acredito que a medida foi justa”, encerra.
A determinação
A decisão que suspendeu os serviços do Telegram no Brasil veio do juiz Wellington Lopes da Silva, da Justiça Federal do Espírito Santo, que determinou, na quarta-feira, que as operadoras de telefonia móvel e lojas virtuais de aplicativo indisponibilizassem o acesso ao Telegram.
A plataforma já havia sido multada em R$ 100 mil diários por não entregar os dados. O valor da multa, agora, está em R$ 1 milhão por dia. Até a entrega desta matéria (às 16h) o aplicativo ainda estava funcionando em Manaus.
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