Manaus, 2 de maio de 2024
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Manaus, 2 de maio de 2024

Política

Universal ameaça romper com Bolsonaro após pastores serem deportados da Angola

Em 2020, o país determinou o fechamento de templos da Igreja Universal em todo o território, após a instituição ser acusada de atos ilegais

Universal ameaça romper com Bolsonaro após pastores serem deportados da Angola

Foto: Reprodução

BRASÍLIA, DF – Representantes da Igreja Universal do Reino de Deus afirmaram que estão decepcionados com o governo Bolsonaro, após a omissão do parlamentar na crise de Angola. A possível perda ocorre dias depois de pastores da igreja serem deportados do continente africano. No caso, religiosos repudiaram a ação do governo angolano e esperaram uma posição de Bolsonaro na situação, o que não aconteceu.

Em entrevista para a Record, o bispo Renato Cardoso, responsável pela Igreja Universal no Brasil e genro de Edir Macedo, criticou o presidente e afirmou estar decepcionado com Bolsonaro. A Igreja Universal é uma das fortes aliadas ao governo e também fez parte da campanha eleitoral de Bolsonaro em 2018.

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“O que mais nos indigna não é o que está acontecendo lá em Angola. É a ausência de autoridades brasileiras para interceder pelos pastores, pelos brasileiros em um país estrangeiro. Até quando o governo brasileiro vai ficar calado, passivo, diante desta situação?”, comentou Cardoso.

Renato Cardoso ainda declarou que os cristãos são uma base importante no governo Bolsonaro. “[O governo] já deveria estar fazendo cumprir os seus tratados internacionais com a Angola. Esse é o protesto, especialmente do povo cristão, do povo evangélico, do povo católico, que apoiou esse governo, faz parte da base do governo. Mas, agora, recebe em troca uma omissão. É muito triste e decepcionante para o povo cristão no Brasil”, declarou Renato.

Caso na Angola

A briga entre a Igreja Universal e a Angola não é recente. Em 2020, o país determinou o fechamento de templos da Igreja Universal em todo o território. Isso ocorreu após a instituição ser acusada de atos ilegais, entre elas, fraude fiscal e exportação ilícita de capitais.

Na ocasião, Bolsonaro se manifestou e enviou uma carta ao presidente da Angola em julho de 2020. No documento, o presidente afirmou estar preocupado com a situação e pediu para que o conflito entre o país e a instituição fosse solucionado.

Repercussão em Manaus

A Frente Parlamentar em Defesa da Família e dos Valores Cristãos da Câmara Municipal de Manaus (FEPACRI) reagiu à atitude do governo Angolano de deportar pastores evangélicos nesta semana. Os missionários estavam no país angolano há mais de 20 anos e alguns deles trabalhavam em projetos sociais naquele local. Os pastores foram expulsos em meio a uma perseguição religiosa que vem acontecendo há cerca de um ano.

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Os missionários que foram deportados sem justificativa não tiveram a chance de avisar suas famílias. O Bispo Elismar, um dos primeiros a desembarcar, estava há 16 anos em Angola e disse que “foi obrigado a viajar sem a esposa e sem a filha”. Elas continuam no país africano.

Confira a nota na íntegra:

A Frente Parlamentar em Defesa da Família e dos Valores Cristãos da Câmara Municipal de Manaus (FEPACRI) vem a público manifestar seu repúdio sobre o ato do Governo Angolano, que, por arbitrariedade, expulsou Missionários Evangélicos do seu País, por intolerância religiosa. Nos últimos tempos, testemunhamos manifestações comportamentais graves de discriminação da fé cristã por parte do Governo da Angola, que culminou na deportação de Pastores Evangélicos da Igreja Universal do Reino de Deus para o Brasil. Para nossa tristeza, constatamos manifestações nocivas com relação a fé cristã, desprezando qualquer construção do diálogo racional, partindo para agressões físicas e morais, cultura essa que deve ser reformulada. Atentos a tal constatação, a FEPACRI manifesta em completo repúdio a todo tipo de violência, seja direta, indireta, física, verbal, psicológica ou simbólica.

(*) Com informações do O Povo