No afã de tentar agradar a população, o prefeito David Almeida anunciou, nesta quarta-feira (27), que aumentará o auxílio-moradia de R$ 300 para R$ 600 para as 3,7 mil famílias atualmente cadastradas pela Prefeitura de Manaus, sem especificar de onde sairão os recursos e sem que o aumento tenha sido aprovado pelo Legislativo municipal.
O gestor voltou a recorrer à velha política de amenizar o sofrimento durante o período de cheia, sem apresentar solução para retirar famílias que, há décadas, sofrem a cada inverno em Manaus.
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“Em menos de um ano, conseguimos dobrar em 100% esse auxílio. Caso haja necessidade, as pessoas podem comprar telha, madeira, para ajeitar a sua residência. Estamos nos antecipando e já construindo as pontes no São Jorge, Educandos, Mauazinho”, disse o David Almeida, durante o anúncio.
David Almeida fez questão de afirmar que os R$ 2,4 milhões (R$ 600 para cada 3,7 mil famílias) são de recursos próprios da prefeitura, sem especificar a fonte dos valores.
“Todos os recursos são recursos próprios, sem aporte de recursos de outros entes federativos. Tudo que planejamos no ano passado para executarmos esse ano [sic]”, disse o prefeito ao anunciar, ainda, que a prefeitura concederá outros auxílios como o kit-dormitório e kit-cesta básica, também sem especificar valores.
Segundo o prefeito, a gestão municipal está se antecipando a uma possível enchente e “garantindo a infraestrutura para que as famílias não sofram com os impactos da cheia”.
Segundo o CPRM, em Manaus, o Rio Negro deve atingir 29,4 metros este ano, mas tem poucas chances de alcançar a marca histórica de 2021, em que a cota foi de 30,02 metros.
Gastos com conjunto habitacional
David Almeida anunciou que alterará a sede da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), atualmente no Aleixo, para um terreno no bairro Santa Etelvina, na zona Norte. Em evento cercado por secretários, David Almeida disse, ainda, que pretende construir um conjunto habitacional para os servidores municipais – mesmo o município não tendo competência para este tipo de obra.
“Vamos evitar o trânsito de carretas e veículos pesados na região Centro-Sul, onde fica a Seminf, e nessa área nobre construir o primeiro conjunto habitacional municipal para os servidores do município”, disse David Almeida.
O prefeito reconheceu que a construção não é de competência da prefeitura e que sequer tem recursos disponíveis para a obra.
“Vamos acessar recursos de investimentos. Essa é uma atribuição federal e estadual, mas vamos buscar recursos para alocar as pessoas que necessitam de habitação”, disse David Almeida ao não fazer distinção clara entre as pessoas que não poderão retornar para suas residências por conta da cheia e os servidores municipais que, futuramente, podem ser beneficiados com residências no prometido conjunto habitacional.
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