Manaus, 29 de março de 2024
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Cenário

Vereadores se calam mais uma vez após nova decisão da Justiça contra puxadinho

Até o início deste sábado (25), 39 vereadores não se manifestaram sobre a decisão que manteve a suspensão do puxadinho de 32 milhões

Vereadores se calam mais uma vez após nova decisão da Justiça contra puxadinho

Foto: Divulgação/CMM

MANAUS, AM – Enquanto os vereadores Rodrigo Guedes (PSC) e Amom Mandel (sem partido) comemoram a decisão da Justiça, que barrou, pela segunda vez, a licitação para construção do novo anexo da Câmara Municipal de Manaus (CMM), os demais vereadores se calaram sobre a decisão judicial. A maioria dos membros do parlamento já defendeu a construção em plenário.

Até o início deste sábado (25), 39 vereadores não se manifestaram sobre a decisão da desembargadora Socorro Guedes, que rejeitou os argumentos do presidente da CMM e manteve a decisão de barrar o puxadinho de 32 milhões no parlamento municipal.

Leia mais: Contradição: vereadores discursam contra desperdício de dinheiro, mas reclamam de Amom e Guedes

Dos 41 eleitos, apenas Amom e Guedes comemoram a decisão nas redes sociais. Ao que tudo indica, para eles, a ordem é uma vitória da população, que está cansada de imoralidade no uso do dinheiro público.

O silêncio dos demais vereadores eleitos é reflexo da defesa do puxadinho que possui força para ser aprovado na CMM. A maioria dos membros da Casa legislativa já defendeu publicamente a “necessidade” do Anexo II.

Em uma das sessões plenárias deste mês, quando Rodrigo Guedes cobrou que os colegas se manifestassem contrários ao puxadinho, os vereadores Wallace Oliveira (PROS); Gloria Carrate (PL); David Reis (Avante); Sassa da Construção (PT) e Caio André (PSC) saíram em defesa da ampliação dos gabinetes, como fruto das benfeitorias feita à população amazonense, no futuro.

Ao longo das manifestações de Guedes e Amom para barrar o puxadinho, os vereadores Carpê Andrade (Republicanos) e Kennedy Marques (PMN) afirmaram que eram contra a construção, mas não se envolveram em nenhum pedido judicial para barrar a construção. Agora, com a nova decisão, Carpê e Kennedy também não manifestaram seu ponto de vista.

Já Amom e Guedes usaram as redes sociais para afirmar que a vontade da população prevaleceu e aplaudiram a decisão de Socorro Guedes em manter a suspensão da construção.

“O bom senso e a vontade popular permaneceram. É louvável que a justiça com sua serenidade tenha negado os argumentos da CMM. Como já disse anteriormente, Manaus não precisa dessa obra. Não haverá prejuízos irreparáveis para sociedade se o anexo 2 não for feito. O povo ganha mais uma vez!”, declarou Amom.

Guedes chegou a comentar que a população não aceita mais casos de imoralidade com os recursos públicos. 

“Isso só mostra que nossos argumentos técnicos e jurídicos procedem e estamos conseguindo essas vitórias em nome da população manauara que não aceita essa imoralidade com dinheiro público! Estamos fazendo história junto com a população!”, comentou.

Mudança de discurso

Após o juiz Marcelo Manuel da Costa Vieira atender ao pedido dos vereadores Amon Mandel e Rodrigo Guedes, e suspendeu a licitação da Câmara, no dia 17 de setembro, os discursos na CMM chegaram a mudar e o vereadores, que antes se calaram, criticaram Guedes e Amom por não convocar os demais nas ações.

Segundo os parlamentares, muitos vereadores não concordaram sobre a construção, mas não chegaram a ser procurados por Guedes e Amom, conforme explicou Sassá da Construção.

“Quero deixar registrado aqui que em nenhum momento ninguém veio me procurar e perguntar se eu era contra ou a favor da construção e das picapes. Mas para a população, eles foram os ídolos e nós fomos os covardes. Muitos aqui não se manifestaram contra, nem a favor”, disse.

O vereador Carpê Andrade também se incomodou por Amom e Guedes receberem o crédito pela barreira na construção do puxadinho.

“Eu concordo com a luta do vereador Amom e do vereador Rodrigo Guedes, mas discordo quando falam que a bandeira é deles. Sempre fui contra a construção deste anexo e contra o aluguel das picapes, deixei isso bem claro desde o início, o fato de não protocolar oficialmente, não muda meu ponto de vista”, declarou Andrade.

Seguindo a mesma linha que o colega de parlamento, o vereador Keneddy Marques afirmou que já havia se posicionado no plenário sobre as contratações, mas seu nome não foi vinculado da mesma forma.

“Cabe à mesa diretora tomar suas decisões, não estou dizendo que sou contra a construção. Poderia ser algo bem maior, que atendesse a população no entorno da nossa Casa. Não estou dizendo que fazer o anexo é certo ou errado, mas eu, como presidente da Câmara, não faria”, comentou.

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