Manaus, 1 de maio de 2024
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Política

Vice-presidente da CPI diz que operação da PF na Precisa Medicamentos foi necessária

A empresa é suspeita de agir junto ao governo federal para a compra da vacina Covaxin, de maneira irregular

Vice-presidente da CPI diz que operação da PF na Precisa Medicamentos foi necessária

Foto: Agência Senado

MANAUS, AM – O vice-presidente da CPI da Covid, o senador Randolfe Rodrigues, afirmou que a Comissão tentou obter informações sobre os contratos entre a Precisa Medicamentos e a farmacêutica Bharat Biotech, porém, as tentativas não tiveram êxito. Por essa razão, a Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão na sede da empresa, em Barueri, interior de São Paulo, nesta sexta-feira (17).

A informação foi revelada pelo próprio senador por meio das redes sociais. O vice-presidente da Comissão ainda explicou que a operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal.

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O senador informou que a operação busca apreender informações sobre o contrato entre a empresa e a farmacêutica Bharat Biotech. A Precisa Medicamentos é investigada pela compra das vacinas Covaxin, a qual teria sido alvo de corrupção no ato da compra.

Segundo Randolfe, a operação ainda vai buscar documentos relacionados ao contrato entre as empresas. Vale ressaltar que a vacina Covaxin foi alvo da CPI da Covid no escândalo de corrupção do governo federal em meio à pandemia da covid-19.

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Entenda o caso

O “Caso Covaxin” foi revelado em depoimento à CPI da Covid do deputado Luis Miranda e do Luis Ricardo Miranda, funcionário do Ministério Público. Eles afirmaram que houve irregularidade no contrato da vacina pelo governo federal. Segundo o deputado, o irmão dele foi pressionado a fechar o contrato da Covaxin, além de notar que o documento não estava de acordo com o contrato firmado entre a Precisa Medicamentos e o governo brasileiro.

No depoimento, Luis Miranda afirmou que esteve com o presidente Jair Bolsonaro após notar as irregularidades no contrato, e ainda destacou que Bolsonaro já sabia sobre a fraude, antes mesmo de ser avisado pelos irmãos Miranda.

Outro ponto de suspeita foi o valor gasto para obter a vacina, a qual foi o maior valor pago pelo governo por um imunizante. O preço por dose foi de US$ 15, cerca de R$ 75,25, porém, a Precisa afirmou que o valor está em conformidade com as vendas a outros 13 países, sendo assim, não houve sobrepreço.

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Porém, em documento enviado pelo Ministério das Relações Exteriores à CPI da Covid, foi apontado que as negociações foram fechadas em 100 rúpias, ou seja, US$ 1,34 por dose. Sendo assim, o valor da vacina adquirida pelo governo brasileiro foi 100% superior ao estimado.

Em agosto, o governo federal rescindiu o contrato com a empresa Bharat Biotech. Ainda em julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária suspendeu a autorização de importação da vacina, após a farmacêutica indiana informar que a Precisa não tinha mais autorização para representar a empresa no Brasil.

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