A aluna teve que sair escoltada pela polícia da instituição Foto: Reprodução/Vídeo
Uma adolescente de 16 anos foi agredida durante uma briga generalizada entre alunos em uma escola localizada em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, na última quarta-feira (9).
O motivo da briga foi o desrespeito à identidade de gênero da aluna, que é uma mulher transexual e já sofria transfobia dentro da intuição desde que começaram as aulas.
De acordo com relato dado à polícia, a aluna tentou defender uma colega de classe que estava sendo alvo de racismo, onde outros alunos estavam fazendo piadas contra a menina negra e a chamando de “cabelo duro”. Então, ela pediu para que parassem, mas um dos envolvidos jogou um copo em sua direção, atingindo seu rosto.
A aluna trans, que já foi alvo de transfobia diversas vezes desde o início do ano letivo, se irritou ao ser chamada com pronome masculino, começou a chutar carteiras dentro da sala de aula. Então, um móvel atingiu outra aluna mais nova, onde o irmão dela também se revoltou e agrediu a adolescente trans desferindo socos em sua cabeça.
Depois disso, vários alunos se envolveram na briga, logo, ocorreu uma confusão generalizada dentro da sala de aula.
De acordo com veículos de comunicação do município, a Escola Estadual Galdino Pinheiro Franco confirmou que a briga aconteceu na instituição, entretanto, disse que a situação foi apaziguada momentos depois, mas não informou a motivação.
Ainda de acordo com veículos locais, pais e alunos relataram que a motivação foi o desrespeito à identidade de gênero da aluna trans, e também contaram que brigas têm sido cada vez mais constantes na escola, desde que se tornou período integral. Em seis dias, de acordo com relato dos pais, houve pelo menos três brigas na escola.
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Imagens que circulam nas redes sociais mostram a confusão e a briga generalizada no local; porém, funcionários não apareceram no local para apartar a briga.
A aluna trans e a mãe registram boletim de ocorrência e, em uma entrevista ao G1, a aluna afirmou que está com ódio e não quer voltar para a escola. “Estou com uma raiva imensa deles. Uma raiva muito grande, com ódio, sangue no olho. Quero justiça.”
“[Não quero voltar] nunca, de jeito nenhum. Estou com uma raiva imensa deles. Uma raiva muito grande, com ódio, sangue no olho. Quero justiça (…) Daqui pra frente eu quero mudar de escola. Estou muito revoltada mesmo. É uma sacanagem uma pessoa, sou uma pessoa, com dez pessoas contra mim. Ninguém aguentaria. Eu fui forte. Se fosse outro, teriam arrebentado a cara”, contou em entrevista ao G1.
A estudante ficou com hematomas na face, orelha, pernas e costas. Para sair da instituição, teve que ser escoltada pela polícia até a sua casa, devido a ameaças.
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