MANAUS – Ao que tudo indica, o líder da oposição na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), deputado Wilker Barreto (Cidadania), deve atuar de forma mais isolada nesta legislatura. A nova composição da Casa, em sua maioria, favorece o governador Wilson Lima (UB).
Nas últimas eleições, o parlamentar que fazia coro com o líder da oposição em pressão ao governo, Dermilson Chagas (Republicanos), não foi reeleito.
Neste novo mandato, Wilker Barreto ainda buscou ter como aliado o deputado estreante Cristiano D’Angelo (MDB), mas, até então, não teve sucesso.
“O Cristiano é meu amigo. Já até de forma muito descontraída convidei o mesmo para ser vice-líder da oposição, mas confesso que não vejo ele muito caminhando para essa posição. Ele precisa tomar o posicionamento dele, não quero pressioná-lo. Cada um leva o seu mandato e conduz da forma que achar melhor”, afirmou Wilker ao Portal AM1.
Cristiano é irmão do prefeito de Manacapuru, Beto D’Angelo (MDB), e aliado político de um experiente adversário do governador, o senador Eduardo Braga (MDB). No entanto, o novo deputado estadual demonstrou uma aproximação com Wilson Lima nos últimos dias, inclusive, com fotos e falas em tom conciliador.
“Viemos para juntar, se unir, fortalecer o estado e tocar o barco para frente”, afirmou Cristiano D’Angelo, em recente entrevista. O parlamentar ainda comemorou, nas redes sociais, a entrega do Título de Cidadão do Amazonas a Wilson Lima.
Nova oposição
Questionado sobre como vai manter o diálogo com os colegas, Wilker Barreto afirmou que os parlamentares não precisam “ser da oposição declaradamente” para apoiá-lo em certas pautas. Ele ainda defendeu que não é “inimigo do Amazonas”, e só votará contra o governo em matérias negativas.
“A minha oposição é simples. O que for de adversário e maléfico contra o povo terá na tribuna este aguerrido deputado. Eu quero falar para os meus pares: ser oposição não é se juntar a mim. Se juntem a mim quando for para defender o povo”, disse.
O deputado garantiu que continuará fiscalizando e legislando, além de manter o diálogo com os outros parlamentares.
“Em 2019, a gente perdia as votações, eu e o Dermilson; mas nós não perdíamos, porque não tínhamos argumento. A base governista votava, muitas vezes, contra o povo, para ser agradável; espero que essa reflexão mude. Eu não voto contra o meu Estado”, argumentou.
Defesa da Zona Franca
Reconduzido à presidência da Comissão de Indústria, Comércio e Zona Franca, o deputado já tem planos para defender a manutenção do modelo econômico do Amazonas. Em meio ao debate sobre a reforma tributária e a ameaça de extinção de impostos, ele quer discutir a pauta em audiências.
“Vou começar visitando o secretário de Indústria e Comércio, Pauderney Avelino. Colocar a comissão à disposição; vou fazer visitas institucionais às entidades. Vou bater na porta do meu partido, do Cidadania, que tem dois deputados federais e um deles muito meu amigo, que é o Alex Manente, tesoureiro nacional do partido. Vou pedir audiência com a ministra do Meio Ambiente; vou pedir audiência com o ministro Alckmin”, afirmou.
O parlamentar diz que quer demonstrar que Zona Franca de Manaus (ZFM) é o modelo que mantém a floresta em pé e garante a sobrevivência do agronegócio do país.
“Sem Zona Franca, sem IPI, estamos condenado o agronegócio a entrar em colapso, em função dos rios voadores, em função da escassez de chuva. Quem ataca a Zona Franca está colocando o Brasil em risco”, concluiu.
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