O governador Wilson Lima (PSC) afirmou que não tem fundamento nem amparo legal o pedido de impeachment contra ele e o vice-governador Carlos Almeida (PRTB), protocolizado pelos deputados de oposição na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) na última quarta-feira, 18. Lima disse que a motivação dos deputados Wilker Barreto (Podemos) e Dermilson Chagas (PP) é “tumultuar” a sua administração. A declaração foi na manhã desta sexta-feira, 20, durante coletiva de imprensa na sede do Governo.
“Eu pedi para analisar tecnicamente a peça e não há nenhum amparo legal. A prova de que, mais uma vez, existe uma outra motivação que não é a republicana. Eu entendo o papel da oposição, faz parte do processo democrático, mas vejo que os dois deputados estão tentando tumultuar toda essa situação. A gente sabe qual é a motivação desses dois. De quem um foi líder no passado. E de quem o outro é liderança. Isso é claro para a população”, afirmou Lima.
A reportagem questionou o presidente da ALE-AM, Josué Neto, por meio da Diretoria de Comunicação, como o governador teve acesso à íntegra do documento pedindo seu impeachmente se ele ainda, em tese, está aguardando despacho da presidência da Assembleia.
Em resposta a ALE-AM disse que o documento já é público e a líder do governo, deputada Joana Darc (PL) pediu cópia no mesmo dia que foi aceito pela Casa. “O documento é público, portanto foi entregue uma cópia à deputada no mesmo dia na condição de líder do governo”, diz a nota.
Perseguição
O governador negou que sua administração esteja sendo usada para perseguir os deputados de oposição.
“Desde o início do ano eles vêm tentando encontrar artifícios e elementos para fazerem as críticas. É algo infundado. Mas eu entendo que a vontade popular tem que ser respeitada. Eu tenho uma estrutura grandiosa para ‘tocar’, em nenhum momento vou me prestar a esse tipo de coisa (perseguição). Vamos interpelá-los judicialmente para provaram o que estão falando”, afirmou.
Deputados procuraram o MPE-AM para denunciar perseguição. Foto: Márcio Gleyson
Procurado pela reportagem, o deputado Dermilson Chagas, reafirmou que ele e Wilker Barreto foram monitorados “pela inteligência do Estado” e por isso denunciaram o governo ao Ministério Público do Estado (MPE-AM).
“Ele jamais vai admitir que a inteligência estava nos monitorando. A gente sabe de fonte fidedigna que estávamos sendo monitorados e pedimos a garantia da nossa salvaguarda. O MP vai pedir as providências junto a Assembleia”, afirmou Dermilson.
Assista toda a entrevista com Wilson Lima:
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