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Zelensky critica Bolsonaro por neutralidade sobre guerra: ‘eu conto com o seu povo’

'Eu não apoio a posição dele de neutralidade. Eu não acredito que alguém possa se manter neutro quando há uma guerra no mundo', disse o presidente da Ucrânia

Zelensky critica Bolsonaro por neutralidade sobre guerra: ‘eu conto com o seu povo’

Foto: Reprodução

São Paulo – O presidente da Ucrânia, Volodomir Zelensky, criticou a posição de neutralidade do Brasil diante da guerra entre o país e a Rússia. Em entrevista à TV Globo, cujo trecho foi exibido na edição dessa terça-feira, 19 do Jornal Nacional, o líder ucraniano disse ter externado a posição ao presidente Jair Bolsonaro.

Os dois conversaram por telefone nessa terça. “Eu não apoio a posição dele de neutralidade. Eu não acredito que alguém possa se manter neutro quando há uma guerra no mundo. (…) Eu disse isso para o presidente: ‘preciso de uma posição do Brasil. Eu conto com seu povo'”, afirmou Zelensky.

O presidente da Ucrânia ainda comparou a posição de Bolsonaro à de líderes durante a Segunda Guerra Mundial. “Foi assim. Muitos líderes ficaram neutros em um primeiro momento. Isso permitiu que os fascistas engolissem metade da Europa e se expandissem mais e mais, capturando toda a Europa”, rechaçou, ao dizer que “ninguém pode ficar no meio do caminho”, disse.

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Zelenski defendeu ainda que não há possibilidade de mediação em uma guerra e atribuiu o avanço da Rússia sobre o território da Ucrânia a tentativas de arbitrar o conflito.

Na última semana, o presidente Bolsonaro afirmou, em entrevista para a CNN, que ligaria para o líder ucraniano com a solução para acabar a guerra entre a Ucrânia e a Rússia.

“Vou dar minha opinião a ele o que eu acho. A solução para o caso [guerra]. Eu sei como seria a solução do caso. Mas não vou adiantar. A solução do caso… Como acabou a guerra da Argentina com o Reino Unido em 1982? É por aí”, comentou.

O presidente ainda comentou que lamenta que o confronto esteja acontecendo entre os dois países e ainda destacou que foi Zelensky quem procurou o diálogo com Bolsonaro. “Foi ele que buscou conversa conosco. E eu disse de imediato que conversaria com ele, sim. Ele tem um país grande para administrar”, afirmou.

(*) Com informações da Agência Estado