Segundo dia de julgamento do delegado Gustavo Sotero (Foto: Carlos Bolívar/Amazonas1)
O julgamento do delegado da Polícia Civil, Gustavo Sotero, entrou na fase de explanação dos peritos, tanto da defesa quanto da acusação, para mostrar falhas e incoerências na investigação do crime. Mas, o clima no Tribunal do Júri, que já estava tenso desde ontem quando iniciou o juízo, piorou na tarde desta quinta-feira, 28, com discussões entre defesa e acusação, o que obrigou o juiz, Celso de Paula, a suspender a sessão por cinco minutos.
O primeiro a fazer suas explanações, o assistente técnico perito da defesa do advogado morto, Wilson Justo Filho, Ricardo Molina de Figueiredo, teve seus esclarecimentos interrompidos pelo advogado de Sotero, Claudio Delladone.
Em menos de quinze minutos de apresentação de Molina, analisando as provas para o promotor George Pestana, do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE), o advogado de acusado, Claudio Delladone o interrompeu por várias vezes, alegando que a perícia de Molina não possui embasamento e, de cunho de “achismos de primeira pessoa”.
No retorno do julgamento, após o juiz suspendê-lo, o magistrado ordenou que não houvesse tumulto e nem interrupções, mas o acordo não foi cumprido.
Nas primeiras análises de Molina, o perito afirma que Gustavo Sotero estava olhando para Fabíola Rodrigues Pinto de Oliveira, viúva do advogado Wilson, contradizendo depoimento de defesa do réu, que alegou está olhando para um casal atrás de Fabíola.
Em uma manifestação, o advogado Josemar Berçot, assistente de defesa de Maurício Carvalho, uma das vítimas que foi atingido pelos disparos de Sotero, disse estar “extremamente envergonhado” com a atuação e postura do escritório de defesa Delladone & Advogados, contratados para defender o delegado.
Críticas
“O objetivo deles aqui é turbar, é confundir, ao invés de sustentarem as provas no processo. Por que eles não têm elementos para isso. O vídeo é muito claro na ação do Sotero, eles tentam tirar o foco do caso para pequenas situações que acontecem que, no olhar deles, geram anualidades e aí a partir disso eles passam a barganha com o juiz a todo o momento, e ameaçando em abandonar a plenária e o juiz vai cedendo por que ele não quer que se encerre o júri e se repita tudo de novo com outro advogado outro mês”, criticou Berçot.
O advogado Claudio Delladone se pronunciou para imprensa informando que todos depositaram expectativa no perito de defesa Molina, mas que ele não estaria funcionando por querer dar uma palestra.
“O assistente técnico (Molina), ele tem que responder às perguntas, não é o que ele acha (…). A defesa não vai abandonar o plenário, isso aí não é do nosso feitio, nós vamos até o final, só que todos nós temos nosso limite que é a lei. Não vamos permitir que o Molina fale o que quer e falando para os jurados e indo atrás dos advogados”, disse Delladone.
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