Manaus, 18 de maio de 2024
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Cenário

Aglomeração, atraso, calor e desrespeito marcam pré-candidatura de Amom a prefeito

Amom passou mais tempo falando do prefeito do que apresentando suas ideias e projetos para Manaus e, além disso, aproveitou para lançar ao chão seu plano de governo como se fosse lixo.

Aglomeração, atraso, calor e desrespeito marcam pré-candidatura de Amom a prefeito

(Foto: Celso Maia/Portal AM1)

Manaus (AM) – Atraso, ambiente pequeno e falta de organização torraram a paciência do eleitor e da imprensa durante o evento de lançamento da pré-candidatura do deputado federal Amom Mandel (Cidadania) a prefeito de Manaus, nesta sexta-feira (23), em um restaurante na zona Norte de Manaus.

Com boa parte do discurso voltado à oposição ao prefeito, Amom diz que reuniu os melhores especialistas para a elaboração de um plano de governo que ele preferiu descartar no chão como um lixo.

Ter um local de eventos lotado era uma das expectativas do deputado ao lançar-se pré-candidato a prefeito, consequentemente, foi o que aconteceu. Porém, a equipe do parlamentar não contava que a aglomeração geraria incômodo aos presentes, pois, além do espaço ser pequeno, o calor desta sexta-feira não colaborou para manter a organização do evento. O público se sentiu como se estivesse em uma lata de sardinha.

No local, não teve nenhum coffee break — como costuma acontecer nessas ocasiões — mas pelo menos a organização do evento mostrou que aprendeu com Amom na campanha eleitoral de 2022, quando ele dizia no programa eleitoral: “beba água”, e se preocupou em oferecer água para as pessoas que estavam presentes.

Outro ponto que chamou atenção no evento de lançamento da pré-candidatura é que a maioria do público no salão de eventos era a assessoria de Amom ou dos parlamentares convidados. Eles, inclusive, ocuparam um espaço que deveria dar lugar ao restante do público.

Por falar em apoio político, dava para contar nos dedos aqueles que se arriscaram a posar ao lado de Amom nesse momento, pois o deputado vem sendo duramente criticado por demonstrar ser um político que não quer concluir seus mandatos.

Atraso

A desorganização começou com o atraso de Amom, que chegou ao espaço por volta das 10h30, sendo que o evento estava marcado para as 10h e, com isso, a equipe do pré-candidato tentou manter a atenção dos eleitores até que o parlamentar chegasse ao local. Se no ensaio para ser prefeito já há atrasos, imagina o quanto o cidadão terá de esperar por Amom caso ele alcance seus objetivos. Será o famoso: “tome chá de cadeira”.

Amom chegou ao local acompanhado do senador Plínio Valério (PSDB), cumprimentou algumas pessoas rapidamente e se dirigiu ao púlpito, já que não havia palco ali. Plínio, por sua vez, não esboçou discursos acalorados, mas se manteve no local como: “tô aqui, te apoiando, mas se não der certo eu caio fora”.

Durante o seu discurso, Amom criticou, como de costume, o atual prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), relembrando alguns episódios da atual gestão, que envolvem viagens e pinturas que a prefeitura vem fazendo nos prédios municipais, como estratégia para deixar sua marca registrada. O fato é que o pré-candidato usou mais o seu tempo para criticar David Almeida do que para falar sobre suas propostas de governo.

“Inusitado”

Ainda em seu discurso, ao falar sobre suas propostas, Amom lançou ao chão o plano de governo que segurava nas mãos e afirmou que, apesar de ter uma equipe especializada para elaborar o plano, ele não quer “só apresentar um documento e dizer: ‘é disso que Manaus precisa’”, como outros políticos já fizeram.

A ação do jovem parlamentar assustou os políticos que estavam presentes para apoiá-lo. O vereador William Alemão (Cidadania), por exemplo, foi um dos que ficou sem reação e olhou fixamente para o plano de governo que estava no chão.

Ele até aplaudiu a reação de Amom para acompanhar a plateia (equipe do deputado em sua maioria) que ovacionava o deputado federal, mas foi nítido que a atitude de Mandel não foi recebida com bons olhos pelos seus apoiadores políticos, visto que um dos autores da elaboração do documento, professor e doutor Daniel Gerad, havia acabado de elogiar Amom pelo planejamento.

Aparentemente, Plínio Valério também não gostou da atitude de Amom, mas preferiu não reagir explicitamente, além de olhar fixamente para o chão naquele momento.

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