Manaus, 4 de julho de 2024
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Cenário

Alemão diz que projeto apresentado por Sabino na CMM relembra ditadura

Sabino justificou que o PL era para preservar a Prefeitura de Manaus no sentido de gastar dinheiro trazendo artista que fazem apologia a sexo.

Alemão diz que projeto apresentado por Sabino na CMM relembra ditadura

(Foto: divulgação/ assessoria/ Celso Maia/Portal AM1)

Manaus (AM) –Projeto de Lei nº 298/2023 , de autoria do vereador Roberto Sabino (Republicanos), gerou polêmica na votação entre os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta segunda-feira (1º). Isso porque o vereador William Alemão (Cidadania) se manifestou contra o texto e ainda caracterizou como objeto de “censura”.

O PL é subscrito pelos vereadores da ala evangélica e dispõe sobre a proibição do uso de recursos públicos para a contratação de artistas cujas músicas incentivem “a violência e a sexualidade e causem constrangimentos”.

Alemão destacou que esse tipo de “proibição já existia na época da ditadura militar, em 1964”, e frisou que somente a nomenclatura da matéria que era outra.

“Eram chamadas, na época, de músicas subversivas, perigosas ou imoral. E eu não aceito nenhum tipo de censura. Para mim, essa matéria, infelizmente, imagino que o autor pensou em melhorar as atrações, mas não é assim que dever funcionar. O Executivo Municipal tem o papel, como eu li, agora há pouco na Constituição Federal, dentro da cultura de sua cidade. E o Estado dentro da cultura do estado, e a gente não pode se basear dentro desse tipo de censura. O Brasil lutou muito para vencer a ditadura!”, defendeu.

 

https://www.youtube.com/watch?v=vjklrBLQvNo

 

Roberto Sabino, autor da matéria, justificou o texto e disse que não significa censura, mas que segue como referência para a Prefeitura de Manaus se preservar e não sair gastando dinheiro trazendo artistas que causem esses tipos de conteúdos, de sensualidade e apologia ao sexo, entre outras coisas.

“É terrível para as crianças. A gente sabe que em qualquer show as crianças estão lá assistindo e é preciso preservar. Hoje, com a tecnologia, redes sociais, está tudo exposto. Então, se não tiver um freio, pelo menos nessa questão de ficar o município gastando dinheiro desnecessário com pessoas que vêm nacionalmente fazer show em nossa cidade, fazendo gestos obscenos e as crianças assistindo”, justificou.

Já Rodrigo Guedes (Progressistas), que também criticou o projeto, disse que existem órgãos que já fazem a classificação da faixa etária de participação nos eventos para apresentações culturais e artísticas.

“Isso já é regulado por portarias do Ministério da Justiça e legislação federal. Esses órgãos têm essa competência de proibir a entrada de menores. De forma alguma, estamos nos manifestando contra esse projeto. A gente é a favor de não expor crianças, menores e adolescentes, a letras e conteúdos que não são adequados para eles. Apesar de saber que esses conteúdos estão, infelizmente, acessíveis em todos os lugares, principalmente nas redes sociais”, pontuou.

Guedes ainda questionou a matéria: quem irá fiscalizar esses artistas e seus conteúdos?

“Vai ser uma comissão que vai avaliar quem vai poder participar ou não? Quais as músicas que vão poder ser cantadas? Gostaria de saber de forma respeitosa ao propositor se esse projeto de lei for aprovado, agora, se a participação do Wesley Safadão vai ser vetada no Sou Manaus Passo a Paço”, alfinetou.

Base se manifesta

O vice líder da base do prefeito na CMM, vereador Elan Alencar (DC), saiu em defesa do projeto e disse que a matéria quer coibir contratação de artistas cujas músicas incentivem violência, sexualidade e causem constrangimentos.

“Gestos obscenos, têm vários artistas que fazem no palco. Eu não posso confundir a história do Wesley Safadão com algumas pessoas que estão sendo homofóbicas e até mesmo beijando-se em pleno palco. Isso, sim, eu creio que é o que o nobre Roberto Sabino está se posicionando. É um tema difícil de se posicionar? Sim! Mas temos um lado, e o lado é esse, sou pai, sou família, sou cristão, e se a gente tiver algum meio de minimizar esses problemas a gente tem aqui a obrigação de fazer isso que o colega está se manifestando e votamos a favor, com certeza.”

Apesar das polêmicas, o projeto seguiu para análise da 9ª Comissão de Cultura e Patrimônio Histórico da Casa Legislativa.

 

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