Manaus, 28 de abril de 2024
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Cenário

Alfredo Nascimento tenta se desvincular do tempo em que foi aliado do PT

Alfredo deixou o Ministério dos Transportes em julho de 2011 após denúncias sobre um suposto esquema de superfaturamento em obras da pasta.

Alfredo Nascimento tenta se desvincular do tempo em que foi aliado do PT

(Foto: Presidência da República)

Manaus (AM) – O ex-ministro dos Transportes nos três primeiros governos petistas de Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT), Alfredo Nascimento(PL), afirmou, nessa segunda-feira (15), que aliança com partidos de esquerda não “leva a nada”. Em entrevista para um site local, o ex-ministro disse que se soubesse que teria os impedimentos durante as três vezes que comandou a pasta dos transportes, entre eles, o de poder recuperar a BR-319, “jamais teria saído de Manaus e teria sido ministro dos Transportes”.

A fala do ex-aliado dos governos do PT ocorre após Alfredo ser acusado por Alfredo Menezes de ser “esquerdista enrustido” e de ter como aliado Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, de voltar a “fazer o L”. Recentemente, um vídeo editado, circula nas redes sociais com Valdemar fazendo elogios a Lula.

Alfredo deixou a pasta em julho de 2011, após denúncias sobre um suposto esquema de superfaturamento em obras envolvendo o filho do então ministro e servidores. Em 2013, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do inquérito sobre a participação de Alfredo no suposto superfaturamento de obras.

Desiludido, Alfredo disse que se desvinculou dos partidos de esquerda por entender que Dilma não tinha mais condições de governar.

“Eu entendia que ela [Dilma Rousseff] não tinha mais condições de governar e eu, pela primeira vez, votei contra o que o partido decidiu. Como eu era o presidente do partido, eu tomei a decisão de, no ato do meu voto, renunciar à presidência nacional do terceiro maior partido do país para votar pelo impedimento”, disse.

Alfredo disse, ainda, que mesmo como presidente do PL, havia perdido na decisão dentro do partido de votar pelo impedimento de Dilma, deixando escapar a expressão usada somente por partidos de esquerda para se referir à ex-mandatária: “presidenta”. Porém, lembrou que o PL foi decisivo para destituir a petista.

“O partido deu 28 votos pelo impedimento da Dilma. Ela foi derrotada por 23 votos, o que significa dizer que o partido foi fundamental nisso, porque nós, do Partido Liberal, entendemos que aliança com partido de esquerda não leva a nada”, disse.

Fora de combate?

Longe de conquistar uma cadeira desde as eleições de 2018, o Alfredo Nascimento entrou para a lista dos políticos sem mandato em 2019, quando disputou uma das duas vagas do Amazonas no Senado e obteve apenas o quarto maior número de votos. Em 2020, já pelo PL, Alfredo conquistou apenas o 7º lugar em número de votos, quando concorreu para prefeito.

Na disputa interna do PL-AM, Alfredo busca compor chapa para disputar a Prefeitura de Manaus. Mas pode enfrentar resistência de Alfredo Menezes (PL), aliado de Jair Bolsonaro. Mas quem decide é o partido comandado por Valdemar da Costa Neto, que entrou em rota de colisão com o grupo bolsonarista ao elogiar o atual presidente e dizer que Lula acertou ao escolher o ministro aposentado do STF, Ricardo Lewandowski para o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Um vídeo (de dezembro do ano passado) abalou o partido nesta semana. No vídeo, Valdemar diz que Lula é um “fenômeno” e “um camarada do povo, completamente diferente do Bolsonaro”. Após a repercussão, Jair Bolsonaro disse, sem citar Valdemar, em “implosão” do PL em razão de “declarações absurdas” de Valdemar.

As declarações de Valdemar podem reverter as chances da chapa Capitão Alberto Neto (PL) e Alfredo Nascimento para as eleições municipais.

O Portal AM1 perguntou a Alfredo Nascimento se ele pretende ser vice na chapa do PL para a Prefeitura de Manaus e se ele vai ter apoio de Bolsonaro contra Alfredo Menezes, mas o ex-senador não respondeu até a publicação da matéria.

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