Manaus, AM – O Amazonas registrou um aumento de 64% nos números de novos casos da covid-19, em novembro. Segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), se em outubro o estado contabilizou 1.312 novos casos, em novembro, o número subiu para 2.156.
Já em relação às mortes pela doença, houve uma redução de 29,7%. Foram 47 novas mortes em outubro e 33 mortes registradas em novembro.
O aumento no número de novos casos pode estar relacionado ao período chuvoso que iniciou no estado há pouco mais de um mês. Mas, segundo o infectologista Jesem Orellana, as chuvas contribuem, porém, de forma modesta; e cabe à administração pública tomar as medidas necessárias.
“Sim, mas modestamente. Afinal, o vírus não se espalha por vontade própria, e sim porque o governo estadual e prefeituras têm autorizado ou insinuado relaxamentos extemporâneos, o que leva a população a se comportar como se a epidemia já fizesse parte do passado […] Daí, quando tentou fazer algo para conter a epidemia, muito tardiamente, no fim de dezembro, já era tarde e passou a culpar a variante Gama, o clima e a população. Como ninguém foi punido, estão repetindo a fórmula sem qualquer pudor”, disse o especialista.
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Festas de fim de ano
O aumento de novos casos da covid-19 gera preocupação, uma vez que o fim do ano se aproxima e, com ele, as comemorações de Natal e Ano Novo. No Brasil, cerca de 15 estados brasileiros já oficializaram o cancelamento de eventos marcados para a virada do ano. Manaus, todavia, mantém, até o momento, o show do cantor Luan Santana, que custou R$ 600 mil aos cofres públicos.
De acordo com Orellana, não há dúvidas de que as confraternizações e eventos que geram grandes aglomerações contribuem para novos casos. Outra preocupação é a nova variante Ômicron, identificada no continente africano e inclusive no Brasil, onde já há casos confirmados.
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“Sem dúvida, confraternizações como amigo oculto, grandes almoços/jantares, festas e a dupla Natal/Ano Novo contribuem negativamente para eventual agravamento do preocupante cenário. Infelizmente, falta cautela e sobra irresponsabilidade no Amazonas. Ainda temos os perigos da nova variante Ômicron que, aliás, já pode estar entre nós”, apontou Orellana.
Para o especialista, o Réveillon na capital amazonense deveria ser cancelado em respeito aos mais de 13,8 mil mortos pela doença em todo o estado. “Não se trata de ser a favor ou contra, e sim, de ser sensato. Gestores sensatos não podem ficar insinuando que vão enfrentar a ‘epidemia’ com Ivermectina, como se o problema da pandemia fosse piolho ou sarna, não podem sugerir e insistir com o abandono do uso de máscaras, justamente em Manaus, conhecida como capital mundial da Covid-19. Não é mais aceitável seguirem usando Manaus como um laboratório a céu aberto. O Réveillon deveria ser cancelado, ao menos por respeito às famílias que foram dizimadas como consequência do último”, disse.
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