O número de mortes violentas no Amazonas chegou a 640, entre janeiro e agosto deste ano, uma média de 80 ao mês. Foram 602 homicídios e 38 latrocínios (roubos seguidos de morte). A estatística da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) não traz os indicadores de feminicídios.
Nos últimos meses, o Estado tem vivido momentos insegurança por conta da disputa entre facções criminosas, pelo comando do tráfico de drogas. Tiroteios e execuções têm se tornado rotina, em especial, na capital. A polícia, por sua vez, não esconde que os crimes estão relacionados a grupos como o Primeiro Comando da Capital (PCC), Família do Norte (FDN), entre outros.
Um dos crimes de maior repercussão, nos últimos dias, em Manaus, foi a morte de duas jovens, na zona Leste, por membros da FDN. Os homicídios, atribuídos à disputa pelo narcotráfico, foi filmado e viralizou em aplicativos como o Whatsapp e sites locais. Na ocasião, um homem perfura, diversas vezes, os pescoços e os rostos de duas jovens, imobilizadas e amarradas, em uma área de mata. Os suspeitos foram presos pela Polícia. Os corpos delas e de um rapaz foram localizados após depoimento dos acusados.
Mais de 54 mil roubos e furtos
Além dos homicídios, outro dado que assusta é a quantidade de roubos e furtos no Estado que, nos oito primeiros meses do ano, já chega a 54.705, uma média de 6.838 ao mês. Na lista, estão inseridas instituições públicas e privadas, residências, entre outros.
Um dos indicadores que apresentou variação para mais, foi o de lesão corporal. Em oito meses, 4872 casos foram registrados pela polícia, sendo 642 em agosto, 28 a mais que o mês anterior.
Além disso, ocorreram 168 estupros no Amazonas, com destaque para os meses de maio e agosto, com 25 ocorrências, cada um.
A SSP também aponta que 159 tentativas de homicídio foram inseridas no sistema, que inclui, ainda, indicadores como apreensões de armas e estupros de vulnerável. O Amazonas1 entrou em contato com a assessoria da SSP, mas não obteve retorno até o momento.
SSP
O secretário de Estado de Segurança Pública (SSP), coronel Amadeu Soares, explicou que houve uma redução no número de mortes no Amazonas, mas que o índice ainda é considerado alto. Entre os fatores que contribuem para as mortes violentas, segundo ele, está a guerra por território, estabelecida por facções rivais no Amazonas, e a migração de grupos que antes atuavam em outras regiões brasileiras, para a capital e o interior.
Ele destacou que a polícia tem atuado no combate aos traficantes, com apreensões de armas de fogo e prisões. “As armas de fogo são a principal causa de mortes no Estado. Os traficantes vêm para o Amazonas para brigar pelo controle na tríplice fronteira, por onde entra a droga. Já na capital, a briga é por território, o que acaba promovendo esse desequilíbrio e o aumento no número de mortes”, destacou.
Amadeu afirma que a SSP tem atuado na prevenção aos homicídios e na repressão qualificada, com operações periódicas nas ruas. Sobre a falta de indicadores de feminicídios no portal da Transparência da instituição, ele afirmou que é uma categoria relativamente nova no Brasil, mas que a Secretaria passará a disponibilizar os dados em seu portal. Ele não informou quando.
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