Manaus, 26 de abril de 2024
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Cidades

‘Onde foi que nós erramos?’, questiona prefeito de Rio Preto da Eva sobre Covid-19

Os casos de Covid-19 no município foram de 0 a 175 em apenas 16 dias. A Prefeitura já gastou mais de R$ 2 mi em medidas que não foram capazes de conter o avanço do vírus

‘Onde foi que nós erramos?’, questiona prefeito de Rio Preto da Eva sobre Covid-19

Prefeito de Rio Preto da Eva, Anderson Sousa (Foto: Márcio Silva/ AM1)

Há 16 dias o município de Rio Preto da Eva, localizado a 79 km de Manaus, não tinha nenhum caso do novo coronavírus.

No entanto, pouco mais de duas semanas, a cidade já soma 175 casos de Covid-19, sendo duas mortes confirmadas.

Diante do rápido avanço do vírus, o prefeito do município, Anderson Sousa (Pros), afirmou nessa quarta-feira, 06, que acredita ter tomado todas as medidas necessárias para conter a proliferação do  doença e, mesmo assim, não foi capaz de contê-la.

“Quando eu mostro que nós fizemos tudo isso, eu pregunto: ‘Aonde’ foi que nós erramos? Pra hoje nós termos um caso tão alto.”, disse.

O município que possui cerca de 33 mil habitantes (Foto: Márcio Silva/ AM1)

As ações que o prefeito se refere, são uma série de medidas que incluem, entre outras medidas, a distribuição de máscaras para a população, lavagem das ruas e o toque de recolher que deixa a cidade praticamente deserta após as 19h.

 

Polícia Militar e Guarda Municipal realizam toque de recolher e esvaziam ruas da cidade (Foto: Márcio Siva/AM1)

“Nós gastamos mais de R$ 2 milhões, essa é a realidade, em todos esses movimentos que nós temos feito. Isso com recursos próprios, talvez incluindo cerca de R$ 500 ou R$ 600 mil do FTI, o restante foram recursos próprios”, acrescentou o prefeito.

Apesar dos casos terem avançado rapidamente, não há nenhum paciente internado, assim todos os infectados cumprem isolamento domiciliar.

Saiba mais em:

Rio Preto da Eva decreta toque de recolher e multa de R$ 300, 00 para quem descumprir

Segundo o levantamento do município, a faixa etária de incidência do coronavírus na cidade é de 20 a 59 anos, portanto a população mais jovem tem sido afetada.

Sendo assim, a preocupação dos órgãos de saúde é que o vírus chegue em pessoas do grupo de risco.

“A gente acredita que esses pacientes são jovens, que não tem sintomas muito leves, então eu acho que são pacientes que não tão se importando em não ficar em casa. Eles tão vindo as ruas, eles tão se comunicando com outras pessoas, e assim a disseminação no município cresceu muito”, explicou Diene Carvalho, diretorada unidade hospitalar que atende os casos graves de Covid-19.

Colaboração da população

Alguns moradores também apontam que a expansão da doença acontece por causa da grande circulação das pessoas.

“A pessoas ficam num movimento constante, a prefeitura já decretou que era pra ficar em casa, mas as pessoas não cumprem, só questionam as políticas mas eles mesmo não se conscientizam que a situação é grave”, disse a operadora de caixa Luciane Araújo, 29.

Já o toque de recolher, divide opiniões entre os moradores, mas tem sido obedecido por grande parte da população, como explica o major Jailson Sousa.

“A população tem sido bem participativa, colaborando com o serviço da Polícia Militar e o decreto. A gente espera colher os resultados no futuro”, afirmou.

Medidas futuras

Na tentativa de organizar novas ações para combater a doença, a prefeitura realizou uma reunião com a equipe médica do município nessa quarta-feira e contratou uma infectologista para analisar a atual situação de Rio Preto da Eva.

Uma das medidas que foram apontadas durante a reunião foi criar formas para evitar a aglomeração de pessoas dentro das unidades de saúde durante vacinação, atendimento de gestante e a revisão do atual protocolo de tratamento.

Sobre a possibilidade de decretar ‘lockdown’ na cidade o prefeito afirma que tem restrições.

“Nós temos indústrias que estão funcionando, comércios que estão funcionado, e que tão tendo os cuidados e proteção. Quando eu decreto isso (lockdown), eu decreto o fechamento total da cidade, e eu não sei se a nossa cidade está preparada pra isso”, disse.

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Ele se diz preocupado com a economia do município e a saúde mental da população, e prefere pensar em outras alternativas no momento, incluindo exigir mais da população e prender se for necessário.

Atualmente o município conta com três Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o Hospital Tomé de Medeiros Raposo, que possui uma ala rosa, equipada com cinco cápsulas ‘Vanessa‘ e dois respiradores não invasivos.

O município não possui nenhuma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).