Algumas horas após a Polícia Federal ter deflagrado a Operação ‘Ponto de Parada’, que atinge diretamente a família do deputado estadual Saulo Vianna (PTB), o parlamentar resolveu se pronunciar, por meio de post nas suas redes sociais, nesta segunda-feira (23), e afirmou estar à disposição das investigações.
“Manifesto que estou à disposição das autoridades para colaborar no trabalho de investigação sobre as denúncias relacionadas a licitações em Presidente Figueiredo, em 2017”, escreveu o deputado.
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Na postagem, ele deu a entender que ainda não sabe exatamente do que se tratam as investigações e do envolvimento do seu nome na acusação. Mas reafirmou que irá colaborar com a operação.
Pelo menos quatro viaturas deixaram o centro de operações da PF, localizado no bairro Dom Pedro, zona Oeste de Manaus. Além de Saulo Viana, há informações de que o pai e a ex-mulher foram alvos de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal.
“Vou procurar me inteirar dos autos para entender o envolvimento do meu nome nessa acusação para que eu transmita as informações necessárias e de forma transparente, como sempre faço, para a sociedade”, disse.
Operação
Os objetos investigados são fatos relacionados a possíveis práticas dos crimes de fraude a licitação, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro em contrato de fornecimento de transporte escolar junto à Prefeitura de Presidente Figueiredo/AM.
As ex-mulher do deputado é irmã do vice-prefeito de Presidente Figueiredo, Mário Abrahão.
A ação da Polícia Federal visa cumprir 11 (onze) mandados judiciais, expedidos pela 2a Vara Criminal da Justiça Federal do Amazonas, dos quais 07 (sete) são de busca e apreensão e 04 (quatro) de prisão temporária, todos cumpridos na cidade de Manaus/AM.
Investigações
Segundo as investigações da Polícia Federal, duas empresas concorreram a uma licitação da Prefeitura de Presidente Figueiredo, no ano de 2017, para fornecimento de transporte escolar, mas uma delas “cobriu” a proposta da outra, com o intuito de dar aparência de legitimidade na concorrência. De acordo com o laudo técnico da perícia, diversos itens restringiam o caráter competitivo da licitação.
Ficou constatado ainda que a empresa vencedora subcontratou, de maneira integral, os serviços de transporte escolar. Na ocasião, ela recebeu o montante de R$ 12.989.072,99 e gerou um superfaturamento por sobrepreço no serviço de, aproximadamente, R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais).
A Polícia Federal identificou que o grupo investigado realizou saques e movimentações de elevadas quantias em espécie, à margem do Sistema Financeiro, a fim de encobrir os lucros obtidos com a prática criminosa. A PF investiga, também, a participação de um empresário que atuava na cadeia de comando, auxiliado por membros da família, sendo um dos beneficiários diretos dos desvios praticados pela empresa investigada.
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