Manaus, 17 de maio de 2024
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Manaus, 17 de maio de 2024

Cidades

13 mil mulheres foram agredidas em Manaus no primeiro semestre

Denúncias passaram a ser mais frequentes após a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006 e que completa 13 anos, nesta quarta, 7, entrar em vigor.

13 mil mulheres foram agredidas em Manaus no primeiro semestre

Mesmo com as leis de proteção, as mulheres ainda são agredidas e mortas por seus maridos, companheiros e namorados, (Foto: Divulgação)

A Delegacia de Crimes Contra a Mulher do Amazonas registrou, somente no primeiro semestre deste ano, 13.042 queixas de violência contra a mulher, segundo dados informados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-AM). Esse número é superior a igual período de 2018, quando foram registrados 11.736 denúncias.

A quantidade de vítimas que procurou a polícia, entre janeiro e junho deste ano, já ultrapassou a metade do total de denúncias registradas na delegacia em todo 2018, que encerrou o ano com 24.533 ocorrências. A natureza dos crimes de violência doméstica contra a mulher envolve casos de ameaça, injuria, difamação entre outros.

O aumento desses números mostra uma triste realidade e expõe uma desigualdade de gênero violenta. Mas, especialistas afirmam que o crescimento dessas denúncias é graças a lei federal 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha, que entrou em vigor no dia 7 de agosto de 2006, há 13 anos.

Em entrevista ao Amazonas1, a titular da Delegacia da Mulher, delegada Débora Mafra, afirmou que esses números elevados da violência doméstica no Amazonas mostra que as mulheres estão rompendo as barreiras e denunciando as agressões sofridas por seus companheiros.

“Sabemos que ainda tem uma sub notificação, que tem uma demanda reprimida dentro das casas de Manaus. Mas com o tempo, as vítimas vão acordando e vão querendo solucionar os problemas de violência em suas casas” disse a delegada.

Lei Maria Da Penha

Completando 13 anos em vigor nesta quarta-feira, 7, a Lei Maria da Penha foi um marco fundamental na caminhada ao combate à violência doméstica contra a mulher e no amparo a essa vítima, ressalta Débora Mafra.

 

Delegada Débora Mafra afirma que mulheres têm que denunciar qualquer tipo de violência que estejam sofrendo (Foto: Divulgação)

“São as medidas protetivas de urgência que retira o agressor do lar mesmo que a residência seja somente de propriedade do agressor. É colocado um limite mínimo de distância do agressor com a vítima, evitando comunicação por ambas as partes, ajudando a combater o femínicídio”, explicou.

Débora ressalta que boa parte das mulheres que morreram no Brasil de violência doméstica, foram aquelas que nunca denunciaram seus companheiros e deixa um recado às mulheres do Amazonas que, por ventura, estejam sofrendo qualquer tipo de violência, seja verbal, física, psicológica, moral ou patrimonial: que procure a delegacia nem que seja para buscar uma orientação para que possa sair desse ciclo de violência.

Veja a entrevista com a delegada:

https://www.facebook.com/JorgeManuelNeuer/videos/807459076317220/