Manaus, 20 de maio de 2024
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Cenário

Ano eleitoral deve ser difícil para senadores do Amazonas

Ano eleitoral deve ser difícil para senadores do Amazonas

Senadores pelo Amazonas (Fotos: EBC)

O ano de 2018 deverá ser difícil para caciques do Senado Federal, incluindo senadores do Amazonas. É o que afirma uma reportagem publicada neste domingo pelo jornal Folha de S. Paulo, que aponta para as investigações de Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa Grazziotin (PCdoB) nos inquéritos da Lava Jato ou desdobramentos.

Senadores pelo Amazonas (Foto: EBC)

Segundo a reportagem, este ano encerra o mandato de dois terços dos senadores do País e o cenário será adverso para muitos, que terão que explicar aos eleitores as acusações das quais são alvo se decidirem concorrer a um mandato.

Além dos dois parlamentares citados pela Folha, o senador Omar Aziz (PSD) deve estar preocupado com os desdobramentos da Operação Maus Caminhos, que investiga desvios de dinheiro da Saúde pública no Estado.

Eduardo Braga é suspeito de receber R$ 1 milhão quando era governador do Amazonas. O ex-diretor da Odebrecht, Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, disse que o então governador recebeu o dinheiro da construtora Camargo Corrêa pela obra da Ponte Rio Negro. De acordo com reportagem do G1, de abril deste ano, quando Braga foi eleito, os pedidos de pagamento passaram a ser feitos por José Lopes, empresário ligado a Omar Aziz, que assumiu o Estado.

Em maio, Eduardo Braga foi citado outra vez, agora por Ricardo Saud, diretor de relações institucionais da holding J&F. Segundo ele, o senador recebeu R$ 6 milhões para apoiar a ex-presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014.

A senadora Vanessa Grazziotin apareceu na lista de alvos da Lava Jato após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, autorizar a investigação com base nas delações de executivos da Odebrecht. Segundo o depoimento de Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, a parlamentar recebeu repassasses da empresa em 2012, a pretexto  de doação de campanha, mas sem o registro oficial obrigatório.

Em agosto, Fachin determinou a retirada do inquérito que investiga a senadora na Lava Jato. Porém, a investigação passou para a ministra Rosa Weber. O MPF concluiu que não há conexão das investigações de uso irregular de recursos não contabilizados na campanha da senadora à prefeitura de Manaus, em 2012, com a Operação Lava Jato.

Segundo delação do ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis, Vanessa teria recebido R$ 1,5 milhão não contabilizados para sua campanha.

Já o senador Omar Aziz, que não foi citado pela reportagem da Folha, foi citado no âmbito da Operação Maus Caminhos, no Amazonas. O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou ao STF as declarações da enfermeira Jenifer Naiyara Youchabel, que presidiu o Instituto Novos Caminhos (INC), suspeito de desviar cifras milionárias do Fundo Estadual de Saúde durante os governos de Omar Aziz e José Melo (PROS) – este último foi preso pela Polícia Federal na terceira fase da operação.

A enfermeira disse, em depoimento, que Omar recebeu propina do esquema de corrupção chefiado pelo médico e empresário Mouhamad Moustafá, preso já três vezes no âmbito das investigações. A informação foi confirmada pelo procurador da República Alexandre Jabur.