Manaus, 10 de maio de 2024
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Cidades

Após 40 anos de carreira, Bonates quer ser deputado: ‘vou trabalhar muito pela segurança’

Ex-secretário lança seu nome pelo partido de Wilson Lima

Após 40 anos de carreira, Bonates quer ser deputado: ‘vou trabalhar muito pela segurança’

Foto: Winnetou Almeida

Manaus – Coronel Louismar Bonates é pré-candidato ao cargo de deputado federal pelo União Brasil. É ex-secretário de segurança pública do Amazonas, área que atuou por 40 anos durante sua vida pública. Bonates foi cinco vezes secretário no Amazonas e em Manaus e ingressou na Polícia Militar em 1979.

Em entrevista exclusiva ao Portal AM1, o ex-secretário de segurança pública do Amazonas, Coronel Bonates, contou que pretende fortalecer a bandeira da segurança pública na Câmara Federal, propondo a revisão de leis, que segundo ele, prejudicam o trabalho das polícias e afetam diretamente a população.

Ao ser perguntado sobre quais serão suas prioridades se alcançar êxito na corrida eleitoral, Bonates disse que tem certeza da sua vitória.

O pré-candidato falou também sobre sua relação com o governador Wilson Lima, de quem é aliado e cutucou os adversários de Lima, afirmando que o atual chefe do Executivo Estadual é o contraponto ‘à velhice, à caduquice, à cafajestagem que sempre existiu’.

Governador Wilson Lima afirma que não existe congelamento de salários dos servidores. (Foto: Arquivo AM1)

AM1: O senhor é pré-candidato ao cargo de deputado federal pelo partido União Brasil. Fale um pouco como foi essa decisão em concorrer a uma vaga na Câmara Federal:

Coronel Bonates: Olha, eu tenho quarenta anos de trabalho na vida pública e, durante esse tempo, eu sempre fui muito de rua, operacional e vi muitas coisas que poderiam ter sido  realizadas de uma maneira melhor em benefício da população, principalmente na segurança pública, que dependeria de mudanças nas nossas leis. Nós temos leis que são muito brandas, prejudicam o trabalho policial e em consequência disso, o retorno para a população. Às vezes, é até desestimulante o policial prender e, muitas vezes, ele ainda está na delegacia e o infrator já está sendo solto. Isso é um desestímulo para o trabalho da polícia e muito mais uma ofensa para o cidadão que teve o seu bem subtraído, por exemplo, e ver ali aquela pessoa sair rindo dele e da sociedade. Isso realmente foi um dos motivos que me levou a aceitar este desafio, aceitar essa missão, que é a missão mais importante da minha vida, que é uma forma de buscar modificar a vida das pessoas através das leis.

Quero também ser um fiscal do povo junto aos órgãos públicos para acabar com essa corrupção que nós temos na administração pública, em alguns setores. Eu quero realmente ser um fiscal para que os recursos que são oferecidos pelos governantes sejam realmente aplicados de maneira correta.

AM1: Sabemos que a sua área de atuação principal é a Segurança Pública. No entanto, o senhor já foi secretário de meio ambiente, transportes, de justiça e cidadania, além de atuar na administração penitenciária. Fale um pouco sobre isso:

Coronel Bonates: Basicamente, todas elas são voltadas, tem uma ligação com a segurança pública.  A do meio ambiente foi realmente uma situação específica na época da Prefeitura, eu era chefe da Casa Militar da Prefeitura. Na época, o prefeito era o Arthur Neto e houve uma vacância que me colocou no cargo e fiquei respondendo durante muito tempo pela secretaria, fiquei acumulando, fui nomeado como secretário de meio ambiente do município e foi uma experiência muito boa, muito vasta para mim. Conheci outra área realmente importantíssima e hoje realmente é um tema que todos nós temos que debater.

Temos que lutar por isso, modificar também as nossas leis não só para defesa do meio ambiente, mas de uma maneira que o meio ambiente também seja favorável para o nosso homem. Nós não podemos ter o bioma com exclusão do homem, o homem tem que ser o fator principal desse bioma amazônico. Não adianta nós termos árvores em pé e o nosso homem jogado no chão, com fome, sem condição de manter a sua família.

Foto: Divulgação

Nós temos que fazer tanto o ser humano importante para o bioma, como o bioma importante para o ser humano. Ele é tão importante que foi a última coisa que Deus fez. Foi o homem primeiro, Ele preparou tudo para que o homem pudesse usufruir.

AM1: Hoje o senhor está filiado ao União Brasil, partido do governador do Amazonas. Qual a importância de hoje fazer parte desse partido que tem o governador Wilson Lima, como o principal nome dentro da legenda nas eleições deste ano?

Coronel Bonates: Quando eu resolvi partir para esse desafio, eu conversei, logicamente, com o governador, que é nosso líder político maior e ele fez o convite para que eu fosse para o União Brasil. Eu não iria marchar com outro grupo que não fosse o do governador e eu analisei o convite do governador, sei que é o melhor partido que nós temos nos dias de hoje.

Estamos marchando por causa disso, por um convite do governador, que nos orientou e nos convidou e essa foi a decisão, estou no partido a partir de uma decisão conjunta com o governador.

AM1: O senhor pode falar um pouco sobre a sua relação com o governador, é amizade, é apenas partidária? Explique:

Coronel Bonates: Eu conheço o governador há bastante tempo, na época que ele labutava no A Crítica. Tenho um respeito muito grande por ele, sempre admirei a maneira firme como ele se portou, principalmente em relação à segurança, quando ele estava na imprensa sempre foi um homem que defendeu as causas positivas da polícia em relação ao trabalho que sempre fizemos junto à sociedade.

E após ele me convidar a ser secretário de segurança, a nossa proximidade passou a ser bem maior, eu passei a conhecer outro Wilson, um ótimo gestor, um cara de um coração muito grande, bem centrado. As decisões dele não são decisões jogadas ao vento, açodadamente, realmente são decisões muito firmes e isso também fez que eu tivesse uma admiração muito grande por ele. Temos afinidade e tenho um carinho muito grande por ele, temos essa proximidade porque as nossas ideias se parecem, não somente na área da segurança, mas também em outros aspectos relacionados ao trabalho em prol da sociedade.

Coronel Louismar Bonates (Divulgação)

AM1: Agora vamos falar um pouco sobre a sua dedicação na área da Segurança Pública. O que o senhor pode destacar?

Coronel Bonates: Olha, eu sempre tive boas atuações na área da segurança. Eu sou muito empreendedor e eu tive a oportunidade de organizar alguns setores na polícia, em órgãos públicos e também realizar algumas ações que vi que poderíamos voltar a ter um retorno social maior, como foi o caso do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência). Por meio dele, a criança aprende, a dizer não sem ser excluída do grupo social, esse é o grande objetivo do Proerd nos colégios, ele diz não sem que o outro grupo diga: ‘Esse é um babaca, não serve para andar com a gente’. E essa criança, esse jovem fala isso de maneira discreta, apenas evitando passar em certa rua, estar com aquele grupo na hora do recreio, que é pernicioso naquele dia, pro exemplo.

Outro feito é a Base Arpão, que criamos e conseguimos reduzir a quantidade de passagem de drogas no Médio Solimões e acabar com a pirataria. Recentemente já foi implantada a segunda Base, uma vez que deixamos um planejamento para que sejam implantadas dez Bases, uma em cada calha de rio.

Fui coordenador, ajudei e implantei a Rocam (Ronda Ostensiva Cândido Mariano), a tropa que está aí hoje. O nome Rocam estava desativado, não tinha viatura. Há muitos anos atrás eu fui fazer um curso de policiamento motorizado e nós criamos aqui a Rocam, que é uma polícia que hoje é referência para o resto do Brasil, para as outras polícias.

Na época que eu estava na Prefeitura, não tinha Casa Militar, fui eu que estruturei a Casa Militar, na Assembleia Legislativa também, quando eu fui para lá, não tinha a Casa Militar, tinha um setor bem menor e estruturei também. Eu gosto muito realmente de organizar as coisas.

E recentemente na Secretaria de Segurança, nós conseguimos reaparelhar as polícias, trazer coisas que nunca tiveram, existiam apenas promessas. Hoje temos as lanchas blindadas que dão segurança para o policial e permite que ele possa desenvolver o seu trabalho com mais segurança. E isso dá retorno para quem mais precisa, que é a população, nós precisamos dar para essa população a sensação de segurança, a segurança total em nenhum lugar do mundo você tem, mas a sensação de segurança ela tem que ser ampliada para que você possa desenvolver os outros setores sociais.

AM1: Fale um pouco como o senhor vê o cenário político atual, tanto no Amazonas, como no Brasil:

Coronel Bonates: Eu vejo que o governador Wilson Lima realmente conseguiu pegar o ‘rumo’, conseguiu superar diversos problemas. Foi o governador que passou por uma pandemia que pegou o mundo todo de ‘calças curtas’, e, logo em seguida, pegou uma enchente, a maior enchente da história do estado e em seguida outra leva da pandemia e conseguiu superar.

É um Governo que está avançando bastante nas causas sociais. Nós estamos tendo outro rumo, tanto na segurança, como na saúde, estamos levando saúde para o interior do Estado, UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) e outras conquistas.

Esse Governo está levando também, o Programa Prato Cheio para o interior do estado, esse programa não é uma novidade, ele já existia, mas só era lembrado para a capital, porque aqui tem concentração de voto, mas a fome não está só na capital, a fome está no interior e ela é até maior no interior, porque quando o rio está cheio, por exemplo, não tem nem como pegar peixe. O governador com essa visão humanista, um cara que veio do interior, sabe os problemas no interior e está levando alimentação para esse povo, independente de lá ter duzentos votos ou cinco mil votos. E com certeza, em todos esses s municípios nós teremos o ‘Prato Cheio’.

Ele está se contrapondo à velhice, ao caduquismo, à cafajestagem que sempre existiu, aos velhos políticos das promessas, das mil creches, do ‘eu faço, eu tiro minha roupa para dar para o povo’, mas deixa sempre um lugarzinho pra botar o dinheiro. Esse é o contraponto que eu vejo, que é o velho viciado contra um novo inovador.

No país a disputa está bastante polarizada. Penso que devemos continuar avançando nas mudanças pelo país, toda e qualquer coisa que seja velha, viciada, nós temos que mudar, precisamos da inovação, do novo. É preciso continuar cortando na carne dos órgãos federais, estaduais, municipais para que se diminua a corrupção, para que tenhamos avanços sociais adequados.

‘Deus protegeu a corporação’, diz secretário da SSP, após policiais saírem ilesos de confronto com suspeitos (Foto: Márcio Silva/Amazonas1)

AM1: Se obtiver êxito na disputa por uma cadeira no Congresso, quais serão suas prioridades?

Coronel Bonates: Eu tenho certeza do meu êxito, eu tenho certeza da minha vitória, estamos lutando por isso.

Eu vou trabalhar muito pela segurança, porque é uma ‘praia’ que conheço bastante e navego nesse rio tranquilamente. Vamos lutar pela educação também, eu fui professor, então, eu conheço bastante também a área da educação, sei das deficiências que nós temos, além de atuar na área de esporte, uma vez que fui professor de educação física. São áreas que vou me dedicar um pouco mais. Lógico que vou trabalhar em todas as áreas.

A cultura é fundamental também, assim como o esporte, por meio dessas duas áreas, a gente tira os jovens das drogas com mais facilidade. Nós vimos aqui, na época junina, quantos encontros, grupos folclóricos temos. Esses jovens não estão nas drogas, porque naquele horário estão brincando, se divertindo, ocupando a sua mente.

A saúde é fundamental também. Precisamos ajudar o governador do estado com verbas para que o interior tenha uma saúde adequada. Além de fortalecer o sistema de Segurança Pública e trabalhar pela juventude.

Um dos grandes projetos que nós temos será a redução da idade para tirar a carteira de habilitação para dezesseis anos. A Constituição de 1988 deu a esse jovem a maior responsabilidade que um cidadão pode ter, que é eleger o Presidente da República, deu a ele o direito de se emancipar com dezesseis anos, ele domina o mundo digital. Em outros países já tem carro andando sem motorista, em vários países do mundo a idade para tirar a carteira de habilitação já é dezesseis anos.

O jovem é responsável, nós não podemos menosprezar essa capacidade dele de responsabilidade e nós vamos lutar realmente para que a carteira de habilitação seja com dezesseis anos. E, acima de tudo, conforme eu já conversei o governador, como ele não tem dinheiro para tirar essa primeira carteira, o Programa de carteira de habitação social, que já está sendo feito será estendido para o jovem de dezesseis anos e ele não precisará pagar a primeira habilitação. Com isso, ele vai poder ser Uber, um mototáxi, entregador de drogaria, enfim, vai poder ter uma renda própria, porque hoje para se ter o primeiro emprego é muito complicado, normalmente se pede experiência. Todos nós passamos por isso e nós temos que dar isso par ao jovem e essa condição de ser um empreendedor.