Manaus-(AM) – Na semana do Dia das Mães, o Portal AM1 traz a história de superação de dona Aurinete Alves, de 53 anos, que viu a vida mudar após ser diagnosticada com câncer. Após ter a vida virada de cabeça para baixo, Aurinete recuperou-se e resolveu ajudar outras mulheres que estão passando pela mesma situação.
Com o diagnóstico da doença, Aurinete Alves chegou a ficar com medo de contar para a família e ainda escondeu do marido e dos filhos a situação. Com a piora do quadro de saúde e o surgimento dos sintomas, não houve outra alternativa a não ser contar a verdade. O medo de deixar os filhos ainda pequenos invadiram o coração da mãe – que ficou sem chão.
“Eu sou mãe de três filhos e o primeiro pensamento que me veio foi que eu ia morrer; que iria deixar meus filhos e veio a tristeza de não poder ver meus filhos crescer (sic), ou fazer uma faculdade. Mas eu busquei a motivação para me curar e isso me incentivou a ajudar outras mulheres”, disse.
Para manter as idas à Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) e comprar medicamentosos, dona Aurinete fazia crochê nas bordas de guardanapos e o marido, Jander Souza, saia para vender na rua. Ele viu a dificuldade que várias mulheres passavam e teve a ideia de fundar o “Instituto Mãos que Criam Arte” – que ensina mulheres a fazerem artesanato; uma feira foi criada para a exposição dos produtos.
Todo material produzido é comercializado na feira, que funciona no Shopping Manaus Via Norte e conta com a exposição de artesanato, venda de produtos regionais, café da manhã, e até mesmo o famoso tacacá.
Feira Manaus Via Norte ((Foto: Del Lima/ Portal AM1)
Famílias sofrem junto
Fabíola Cavalcante, de 30 anos, contou à reportagem que não é fácil lembrar do abandono que ela e mãe enfrentaram após o diagnóstico de câncer. Segundo ela, também foi difícil logo que surgiram os primeiros sintomas e as sessões de quimioterapia.
Fabíola Cavalcante se emocionou ao relembrar a trajetória com a mãe (Foto: Del Lima/ Portal AM1)
A empreendedora, que ajuda a mãe doente, afirma que é necessário acreditar e persistir para vencer em família.
“A luta da minha mãe começou há dois anos atrás e eu entrei em desespero. A pior parte foi quando fomos abandonadas e eu tive que deixar dois empregos ‘pra’ [sic] viver a vida dela. Há um tempo atrás, eu tinha que dar banho na minha mãe; ‘alimentar ela’ [sic] e, hoje, ela continua em tratamento, mas ‘tá’ [sic] bem. Para quem está com a mãezinha em tratamento, tenha fé!”, disse Fabíola.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que o Amazonas deve ter mais 15 mil casos de câncer entre 2023 e 2025. Ao todo, a publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil aborda os 21 tipos da doença mais incidentes no país. O estado pode chegar ao número de 5.450 doentes por ano, no triênio.
