Manaus, 4 de maio de 2024
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Cenário

Após protestos, onda de solidariedade se instala entre deputados na Aleam

Pronunciamentos da sessão dessa terça-feira (30) foram marcados por palavras de apoio às reivindicações dos profissionais da Educação.

Após protestos, onda de solidariedade se instala entre deputados na Aleam

Em discursos, parlamentares citaram desconto nas folhas de pagamento e baixa arrecadação do governo (Foto: Danilo Mello/ Aleam)

Manaus (AM) – Após protestos dos trabalhadores em educação nas dependências da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), os pronunciamentos na sessão dessa terça-feira (30), na Casa, foram marcados pelo apoio massivo de parlamentares às reivindicações da categoria.

Na abertura do pequeno expediente, o deputado Cabo Maciel (PL), presidente da Comissão de Educação, disse que tentou articular junto ao governador Wilson Lima (União) a data de uma nova reunião entre o chefe do Executivo e a categoria para esta semana.

“Os servidores têm pautas justas e o governo tem problemas de ordem financeira. Na última terça-feira, estivemos em reunião com o secretário [de Governo] Sérgio Litaiff, a presidente do Sinteam [Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas], Ana Cristina, e o Avamseg [Associação dos Administrativos em Educação do Amazonas], e o secretário disponibilizou tempo para que todos pudessem se manifestar”, relatou.

Maciel lembrou de outras demandas da categoria, como as solicitações de progressão vertical e horizontal de carreira, que atendem, respectivamente, aos professores e técnico-administrativos. “É uma forma de aumentar [os salários] e valorizar [os trabalhadores]”, acrescentou.

Em seguida, Wilker Barreto (Cidadania) contestou a declaração do colega a respeito dos 80 dias de negociação entre os trabalhadores e representantes do Executivo.

“Na primeira vez que o Sindicato veio a essa Casa, a Comissão marcou reunião no Palácio (do governo), para 8 de março. Desde então, o governo calou-se. Existem apenas 10 dias de negociações, e isso porque a greve foi deflagrada. Caso contrário, o governo estaria ‘barrigando’ os professores e administrativos”.

A paralisação dos servidores da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) foi oficializada no dia 17 de maio, após assembleia da categoria. Em reunião realizada, ontem, a categoria recusou proposta de reajuste escalonado de 14% nos salários apresentada pelo governo – os trabalhadores pedem aumento salarial de 25%.

Apelo

Já Thiago Abrahim (União) fez um apelo para que o governador Wilson Lima reconsidere o desconto no salário dos trabalhadores que estiveram ausentes das salas de aula. A proposta já havia sido acatada durante reunião com o Sindicato ocorrida nesta semana.

“Apoio o diálogo com uma classe que, nas últimas eleições, defendeu intensamente o governador do estado. Então peço a ele que, como o abono das faltas já foi apresentado, faça um gesto de boa vontade de imediato. Muitos pais e mães de famílias estão com rendimentos prejudicados e dívidas atrasadas”.

O argumento de queda na arrecadação nos primeiros três meses também foi invocado pela deputada Joana Darc (União) para justificar o impasse nas negociações. “Infelizmente, a arrecadação do primeiro trimestre caiu em mais de 20%. Então, precisamos priorizar algumas áreas e iniciativas para honrar todos os compromissos”, argumentou.

Figura ainda pouco presente das discussões em plenário, Débora Menezes (PL) resolveu comentar, após pedidos dos professores, as movimentações das primeiras semanas da greve.

“Entendo que todos os pleitos solicitados pelos professores são válidos. Na última terça, tivemos nova rodada de negociações, reajuste de 14% e desconto em folha, que não foi feito de forma justa. Nosso mandato está à disposição para achar uma saída junto ao governo e à categoria. Nos próximos dias, teremos um desfecho satisfatório após novas reuniões”, assegurou.

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