Manaus, 23 de abril de 2024
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Política

Bolsonaro diz que paciência do povo com Alexandre de Moraes esgotou

Bolsonaro falou que o ministro Alexandre de Moraes tem tempo de revogar as prisões políticas e afirmou que o sistema eleitoral é falho

Bolsonaro diz que paciência do povo com Alexandre de Moraes esgotou

Foto: Reprodução

SÃO PAULO, SP – O presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) participou de um novo ato de 7 de setembro, promovido por líderes evangélicos, na avenida Paulista, em São Paulo. Ele começou seu discurso relembrando a campanha de 2018 e agradecendo a Deus pela missão que foi dada em conduzir o Brasil.

O presidente também voltou a criticar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a liberdade de expressão, que, segundo ele, está cerceando o direito de muitos brasileiros com prisões arbitrárias.

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“Deus nunca disse para Israel fica em casa que eu luto por você. Ele sempre disse vai à luta porque eu estou com você. Agradeço a Deus pela minha vida e também a Ele, que pelas mãos de 60 milhões de pessoas me colocaram nessa missão de conduzir o destino da nossa nação. Hoje, nós temos um presidente da República que acredita em Deus, que respeita os seus militares, que defende a família e pede lealdade a seu povo. Vou dizer a vocês que o conforto não me atrai. Eu sempre estarei onde o povo estiver!”, disse Bolsonaro no primeiro momento de seu discurso relembrando passagens bíblicas que ele utilizou na campanha de 2018, como: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará e Meu povo perece por falta de conhecimento.

Bolsonaro também disse que o país enfrenta ainda dificuldades por conta da covid-19 e colocou parte dos problemas que o país enfrenta na condução de governadores e prefeitos.

Passamos ainda por momentos difíceis tinha que esperar um pouco mais, de modo que a população, aos poucos ou cada vez mais fossem se conscientizando o que é um regime ditatorial, vocês passaram momentos difíceis com a pandemia, mas pior do que o vírus foram as ações de alguns governadores e de alguns prefeitos, que simplesmente ignoraram a nossa Constituição, onde tolhiam a liberdade de expressão, o direito de ir e vir, tiraram o direito de trabalhar e de frequentar os templos e igrejas para sua oração, tudo isso foi se somando e a indignação de vocês foram crescendo”, afirmou Bolsonaro.

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Nesse trecho de seu depoimento, os manifestantes que ouviam Bolsonaro começaram a pedir que o governo de São Paulo saísse do cargo, com gritos de “Fora Doria”.

Bolsonaro disse que tudo vai ser diferente a partir deste dia e dessas manifestações em todo o país, repetindo parte do discurso feito na manhã deste feriado da Independência, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Ele chegou a dizer que há inquéritos que foram inventados para acontecer prisões e pessoas honestas pela acusação de crimes de opinião.

“Não temos qualquer critica a instituições, respeitamos todas elas e quando alguém do Poder Executivo começa a falhar eu converso com ele e, se ele não se enquadrar, eu demito. No Legislativo não é diferente, se um deputado ou um senador começa a fazer algo que incomoda a todos nós, que está fora das “quatro linhas”, geralmente ele é submetido ao Conselho de Ética e pode perder o seu mandato. Já no nosso Supremo Tribunal Federal (STF), isso infelizmente não acontece, temos um ministro dentro do Supremo, que ousa continuar fazer tudo aquilo que nós não admitimos. Logo, um ministro que deveria zelar pela nossa liberdade, pela democracia e pela nossa Constituição, faz exatamente o contrário”, enfatizou o chefe da República.

Bolsonaro também disse que ainda há tempo de Alexandre de Moraes suspender os inquéritos, soltar os presos políticos e que não irá mais cumprir as determinações feitas por Moraes.

“Ou esse ministro se enquadra ou pede para sair. Não se pode admitir, que uma pessoa apenas, um homem turve a nossa liberdade. Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir, tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos”, disse Bolsonaro sendo apoiado pelos manifestantes que, com gritos de ordem pediam para tirar o ministro Alexandre de Moraes do cargo.

O presidente também falou sobre as urnas eletrônicas não serem confiáveis e que o ministro do Tribunal Eleitoral, Luís Roberto Barroso é o único a garantir a seguridade do processo eleitoral no Brasil.

“A alma da democracia é o voto e não podemos admitir um sistema eleitoral que não oferece qualquer segurança em ocasião das eleições. Dizer também, que não é uma pessoa do Tribunal Superior Eleitoral que vai nos dizer que esse processo é seguro e confiável, que não é”, afirmou o presidente em seu discurso voltando a falar do voto impresso auditável, assunto este votado e encerrado no plenário da Câmara e no Senado, no mês passado, o que motivou em parte as manifestações deste 7 de setembro.

“Faço isso pelos nossos filhos e netos, e porque tenho o apoio de vocês. Essa missão é digna, espinhosa, mas também muito gratificante. Pode ter certeza onde vocês estiverem eu estarei. O povo acordou ao longo dos últimos anos e cada vez mais a onda verde e amarela ressurgiu por toda essa nação e isso não tem preço, o acordar de uma nação e a certeza de que nós seremos grande lá na frente. O melhor de mim eu darei por vocês, darei até a minha própria vida se for necessário”, disse Bolsonaro, explicando que não é fácil ser presidente no país.

“Só Deus me tira de lá e aqueles que pensam que com uma caneta vão me tirar da presidência, só tem três alternativas: preso, morto ou com vitória. Dizer aos canalhas que eu nunca serei preso, a minha vida pertence a Deus, mas a vitória é de todos, meu muito obrigado a todos, Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, finalizou.

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“Acabou a mamata”

Ainda durante o ato na Paulista, o pastor Silas Malafaia disse que Bolsonaro acabou com a “mamata” e a roubalheira principalmente com as empresas estatais que eram entregues a partidos em outras épocas, citando os casos de corrupção ocorridos em outros mandatos presidenciais.

“A liberdade de expressão que o senhor Alexandre de Moraes está impedindo a augusta liberdade de expressão, mas ele está privado da liberdade pessoal, ele não pode mais andar nas ruas, ele não tem como se locomover. Anota aí: não me pergunte quando e nem me pergunte como, mas Deus vai derrubar essa gente”, disse o pastor Silas Malafaia.

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