
(Foto: Reprodução/YouTube)
Manaus (AM) – A disputa ideológica sobre propostas para a área da educação entre candidatos de campos opostos ganhou destaque no primeiro debate na TV entre os candidatos à Prefeitura de Manaus Marcelo Ramos (PT), escolhido e indicado pelo presidente Lula, e Alberto Neto (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além dos ataques e momentos constrangedores, o debate promovido pela TV Band Amazonas, que recebeu além de Alberto Neto e Marcelo Ramos, Amom Mandel (Cidadania) e Roberto Cidade (União Brasil), foi palco de propostas inviáveis, como quando Alberto Neto propôs criar, caso seja eleito, escolas cívicos-militares sob a administração municipal, e foi rebatido por Marcelo Ramos, que advertiu ao concorrente que a medida não é de competência do município.
Alberto iniciou o debate com Marcelo relembrando a morte de um aluno de 10 anos da rede pública municipal no último domingo (4). A criança teria morrido após complicações na saúde em consequência de agressões que teria sofrido por parte de colegas na saída da aula. A polícia investiga o caso.
“Essa semana, nós tivemos uma notícia muito trágica, que Manaus ficou de luto, uma criança de 10 anos foi espancada em frente a uma escola, qual a sua proposta para segurança nas escolas?”, indagou o candidato do PL, que além de militar, tem formação acadêmica em Segurança Pública.
Marcelo rebateu, acusando prefeitura e governo estadual de falhas na área de segurança e disse que, quando foi vereador de Manaus, lutou contra o “fim dos vigilantes nas portas das escolas”. Ele prometeu, caso eleito, trazer novamente esses agentes para implantar algo que soe como uma relação entre esses funcionários e as famílias dos alunos.
“Escola tem que ser espaço de encantamento, de amor e esperança e não de medo. Essa gente transformou as escolas de Manaus em espaços de medo pela irresponsabilidade deles com a segurança, que é um dos deveres principais tanto da prefeitura como do governo do estado”, acusou Marcelo.
O candidato do PL, em resposta a Marcelo, discursou sem elaborar qual seria sua proposta para o tema educação com base na segurança dos alunos e repetiu o discurso ideológico de Bolsonaro sobre a implantação de escolas civis-militares como solução para os problemas na área educacional.
“Manaus é a terceira cidade mais violenta do Brasil e a vigésima primeira cidade mais violenta do mundo e as nossas crianças estão padecendo, primeiro, porque não têm vagas nas creches. Manaus não consegue atingir nem 10% da nossa necessidade, enquanto nós temos um prefeito que gasta recursos com tinta, pintando meio-fio, calçada, colorindo a cidade, as nossas crianças estão padecendo. Não tem segurança nas escolas, o tráfico de drogas invadiu as escolas e estão vendendo drogas para os nossos filhos”, iniciou Alberto Neto, que em seguida, apresentou a “solução”. O candidato falou em tecnologia, guarda municipal “fortalecida” para, no fim, atribuir aos próprios alunos a responsabilidade de “combater o tráfico de drogas” nas escolas de Manaus.
‘Exemplo para o país?’
“Eu quero dizer para você que nós vamos implementar as escolas cívico-militares, que são um verdadeiro exemplo em todo o país. O Paraná, que tem uma das melhores educação’ [sic], tem mais de 300. Aqui em Manaus, a escola militar do Exército foi escolhida, recentemente, uma das melhores escolas do mundo. Então, nós vamos levar segurança para nossas escolas com a guarda municipal fortalecida, fazendo a ronda escolar, utilizando tecnologia para que o nosso aluno possa estudar, prosperar, levar disciplina para sala de aula e expulsar o tráfico de drogas de dentro das nossas escolas”, concluiu.
Marcelo, por sua vez, finalizou o embate direto com Alberto Neto, alegando que o candidato confunde as responsabilidades da prefeitura, que segundo ele, administra creches e escolas de nível fundamental 1.
“Nós vamos colocar os nossos bebês e as nossas crianças marchando para entrar na sala de aula na escola? Não é isso que eles precisam. Eles precisam de proteção, carinho e de amor, de esperança, de uma escola encantadora, que ensina para a vida”, refutou o candidato petista.
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