Foto: Reprodução / rede social
Manaus – Para as eleições de 2022, as mulheres ganharam maior destaque em candidaturas e apresentaram seus nomes para a disputa de cargos majoritários, inclusive.
Pela primeira vez, mesmo que a princípio tenha sido por cumprimento de cotas de gênero, e com as federações, até os políticos mais experientes estão apostando no carisma feminino e na capacidade delas de influenciar os eleitores; seja na disputa como candidatas aos cargos legislativos como também na disputa como vice em algumas chapas e, ainda, as mais ousadas que pleiteiam cargos de governadora e até mesmo ao cargo de Presidente da República.
A corrida eleitoral pelo governo estadual, por exemplo, pela primeira vez, apresenta duas mulheres que concorrem com os candidatos homens, ainda em maioria.
O maior espaço para as mulheres este ano se deu após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das candidaturas femininas, que incluiu na Constituição regras de leis eleitorais que determinaram um percentual mínimo de recursos do Fundo Partidário para campanhas femininas, assim como programas voltados à participação da mulher no cenário político.
Contudo, as mulheres estão cada vez mais encorajadas e buscam enfrentar o mundo predominado pelos homens, até como uma forma de ter mais voz e, por conseguinte, conquistar os próprios direitos.
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Com as mulheres colocando-se nos espaços, o Amazonas já se integra nesse movimento denominado empoderamento feminino. Mesmo que pareça que são apenas duas representantes na disputa pelo governo, essa já é, de longe, uma vitória da classe feminina, que cada vez mais integra mulheres na política, que certamente fazem a diferença.
A candidata do PDT, Carol Braz, tem um bom destaque, e nas pesquisas eleitorais conseguiu aparecer, mesmo com nomes de veteranos da política local, ela consegue ser favoritada entre uma parte dos eleitores.
Prova disso é a última pesquisa divulgada pelo Instituto Iveritas, na quinta-feira (4), em que a candidata Carol Braz aparece em quarto lugar, com 3,7% das intenções de voto, enquanto outros sequer aparecem nas intenções de voto. Carol Braz fica atrás do candidato à reeleição Wilson Lima (UB), que lidera as intenções de votos com 33,3%, e consegue ficar na sequência logo atrás de Amazonino Mendes (Cidadania), com 30,8%, e Eduardo Braga (MDB), com 16,7%, que pertencem a velha guarda.
Ainda fora das pesquisas de intenção de voto, a empresária Nair Blair (Agir) tenta se sobressair entre os demais candidatos, mas promete que também vai à luta e que logo fará seu nome representado. Ela, tem como vice-governadora na chapa 100% feminina a cirurgiã-dentista Rita Nobre, e oficializou a candidatura no dia 24 de agosto .
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Nair ganhou projeção no cenário político após ter tido o nome dela envolvido em um esquema por suspeita de crime eleitoral durante a campanha à reeleição do ex-governador do Amazonas José Melo.
Inclusive, ela chegou a ser presa pela Polícia Federal, mas foi inocentada em 2018, do processo que tramitou na primeira instância da Justiça Eleitoral.
Segundo o juiz Eliezer Fernandes Júnior, não ficou comprovado que a conduta de Blair tenha sido para comprar votos.
No mesmo ano em que foi inocentada, a candidata ao governo do Amazonas se candidatou para o cargo de deputada distrital, no Distrito Federal. Mesmo que obtendo apenas 150 dos votos e não sendo eleita, conseguiu compreender melhor o jogo político e se lançou novamente.
A secretária nacional da mulher do Partido dos Trabalhadores, Anne Moura, ganhou destaque desde a convenção partidária do MDB ao ser anunciada na chapa majoritária do candidato Eduardo Braga (MDB).
Com a aliança entre Braga e o ex-presidente Lula (PT), o próprio partido petista foi quem indicou Anne para compor a chapa. Segundo o PT, a escolha da vice foi baseada pela sua influência na política nacional.
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Antes de ser anunciada como vice-governadora, ela intensionava a vaga de deputada federal, mas os planos mudaram e foi cotada para compor a chapa de Braga. Em discurso na convenção partidária, Anne Moura afirmou que é uma oportunidade para lutar por políticas públicas para as mulheres.
Vale destacar que, no atual cenário da disputa eleitoral, Anne Moura é a única mulher que compõe uma chapa que pode encostar em um possível segundo turno. Com Eduardo Braga, a petista aparece em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, 16,7%, segundo a pesquisa do Instituto Iveritas.
Outra candidata a vice-governadora no Amazonas é a professora Cristiane Balieiro (PSB), na chapa de Ricardo Nicolau (Solidariedade), a candidatura dela foi anunciada na última sexta-feira (5) pelo presidente estadual do PSB, deputado Serafim Corrêa.
Nas redes sociais, Balieiro anunciou: “Acordei como candidata a deputada estadual e vou dormir como vice candidata ao governo do estado Amazonas”, escreveu. Ela ainda comentou que a vida política exige decisões difíceis e que essa não foi diferente.
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“Junto com meu amigo Ricardo Nicolau, firmo compromisso com o povo do estado do meu coração e digo que me sinto pronta para o maior desafio da minha trajetória até aqui. Vamos juntos ?! Ricardo Nicolau para governador, Cristiane Balieiro, vice”, celebrou.
Bancada feminina
Com a aprovação da PEC, alguns partidos políticos também criaram uma bancada feminina para as eleições, como é o caso do Partido Social Democrático (PSD) e do União Brasil (UB). Tem como principal candidatura feminina em destaque, o PSD a Delegada Débora Mafra e a ‘Bancada Delas’.
A delegada é bastante conhecida em Manaus pelo trabalho à frente da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher. Ela que vai concorrer ao cargo de deputada federal e quer ser a voz da representatividade feminina amazonense no Congresso.
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“Hoje eu sou delegada da mulher e foi pelo meu próprio esforço. Eu queria ser delegada e eu consegui. E agora nós vamos depender do Amazonas para ter uma voz de representatividade feminina no Congresso Nacional, na Câmara Federal”, disse.
A Bancada delas é liderada pela conselheira tutelar Kiky Anjos, e também conta com a participação das conselheiras tutelares Adelyane Lobato, Rosália Bernardino, Nívia Abrahão e Marinez Paz do Nascimento. ”Se eleitas, iremos ter o Amazonas como referência na proteção de crianças e adolescentes”, comentou.
O novo partido do governador Wilson Lima também criou um diretório do União Brasil Mulher. A vereadora Professora Jaqueline e a ex-delegada-geral da Polícia Civil do Amazonas, Emília Ferraz foram encarregadas de assumir os diretórios estadual e municipal.
A delegada Emília Ferraz disse que vai atuar junto as mulheres de Manaus e de todo o Estado para trazer mais mulheres para todas as “funções de poder”. “Eu abri uma porta. Eu fui a primeira mulher a ocupar o cargo de delegada-geral no Estado do Amazonas e outras portas se abrirão. E eventos como esse tem essa importância de conscientização da mulher. Lugar de mulher é onde ela quiser, e nós precisamos sim participar mais ativamente da política”, frisou Ferraz.
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Presidente do diretório no Estado, a vereadora Professora Jacqueline já experimenta a política e afirma que pretende fazer palestras pelo municípios do Amazonas, com o objetivo de encorajar mulheres a atuarem na política, para que assim possam concorrer aos cargos políticos. Esse objetivo é para aumentar o número e a participação das mulheres nas decisões políticas.
“Queremos fazer uma movimentação e dá bastante visibilidade a mulher, para participar efetivamente, não como ‘laranja’, mas para concorrer em condições de igualdade. Vamos visitar o interior e fazer palestras. Eu já faço isso, mas vamos aumentar esse trabalho e levas questões como a violência contra a mulher e empoderamento”, comentou.
No cenário nacional
Apesar de não ser a única mulher na corrida pelo Planalto, a candidata Simone Tebet (MDB) é a única candidata que possui um bom desempenho nas pesquisas de intenção de voto. Ofuscada pela polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL), Tebet ainda sim é a candidata mulher que mais se destaca nas pesquisas.
Com em torno de 2% das intenções de voto, Tebet se sobressaiu entre as candidatas mulheres na disputa. Em quarto lugar, a candidata fica atrás de Ciro Gomes (PDT), além de Lula e Bolsonaro.
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Como vice-presidente, Tebet escolheu a senadora Maria Gabrilli (PSDB). A candidata escolhida para compor a chapa é cadeirante e atua na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e das pautas femininas.
“Esta candidatura é uma candidatura de ficha limpa. Ela está pronta para dizer não à corrupção e sim ao combate à corrupção. O desvio de dinheiro público está matando no posto de saúde, na falta de remédio e médico. Está matando o futuro das nossas crianças, que não têm creche e não têm ensino de qualidade”, disse Simone.
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