Manaus, 11 de maio de 2024
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Cenário

Chico Preto confirma candidatura ao Senado em 2022; sigla ainda é incógnita

'Em suma, meu partido é o Amazonas. E é nesta direção que seguiremos avante', disse o ex-vereador Chico Preto (sem partido)

Chico Preto confirma candidatura ao Senado em 2022; sigla ainda é incógnita

Chico-Preto-Senado-Eleições 2022

MANAUS (AM) – Com mais de 20 anos de experiência política em Manaus e conhecido por forte posicionamento, Chico Preto – que já figurou como vereador, deputado estadual e secretário de governo – tem a ambição de alçar voos maiores para o pleito de 2022. A mira é o Senado Federal. A intenção foi confirmada em entrevista exclusiva ao Portal Amazonas 1.

Sem partido desde maio deste ano, quando anunciou que deixava o Democracia Cristã (DC), sigla pela qual disputou o cargo de prefeito da capital nas últimas eleições municipais, Chico Preto faz mistério para qual sigla deve se filiar. “Em suma, meu partido é o Amazonas. E é nesta direção que seguiremos avante”, disse.

Atualmente, Chico Preto não ocupa cargos públicos, mas nem por isso deixa de comentar o cenário político brasileiro e local, além de temas de cunho social, econômico e ambiental. Para isso, ele usa sua página oficial nas redes sociais, na qual mantém contato direto com seguidores.

Leia mais: Ainda sem partido, Chico Preto afirma que ‘não existe política sem futrica’

Confira entrevista na íntegra com Chico Preto: 

1 – O senhor coleciona mais de duas décadas de carreira na gestão pública, ocupando cargos de vereador e presidente da Câmara Municipal de Manaus, na Secretaria de Estado do Trabalho e Cidadania, na Assembleia Legislativa do Amazonas como deputado estadual. Além disso, já concorreu aos cargos de prefeito da capital e governador do Amazonas. Qual a sua análise crítica sobre sua atuação na polícia amazonense até agora?

CP- Cada função política traz consigo suas competências e desafios. Em cada uma delas, o meu ingrediente fundamental foi o inconformismo. Não aceito a síndrome de Gabriela, do “eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim”. E por não concordar em fazer mais do mesmo que me desafio na política. E, em cada capítulo dessa história, pude somar na construção de um Amazonas melhor. Mas acho que é preciso fazer mais e, por isso, não cesso de pregar isso.

2- Na sua passagem pela Câmara Municipal, o senhor fez forte oposição ao ex-prefeito Arthur Neto, sendo o único parlamentar a criticar e cobrar a então gestão do Executivo Municipal. Neste ano, o cenário se repete na atual administração, que praticamente não enfrenta vereadores contrários. Por que é tão difícil fazer oposição na CMM?

CP- Quando falamos de democracia, estamos incluindo aqui opostos, que, através do processo político, do debate, podem construir o caminho mais próximo do que é desejado pela população e o que é possível. A questão, entretanto, não é apenas na existência ou não de oposição, mas se a Câmara está em consonância com as expectativas e a realidade da cidade. Oposição por oposição pode ser tão daninha quanto à inexistência de oposição. E quando fui vereador, tenho consciência de que defendi o certo. E isto sempre foi reconhecido pelo povo pelo respeito e carinho que sempre expressam por mim.

3- O senhor que costuma ser bem crítico com políticos do Amazonas, qual a sua avaliação sobre a gestão do atual prefeito David Almeida?

CP-David está começando sua gestão. Ainda é cedo para qualquer avaliação mais justa. Já é possível, porém, afirmar que ele, em pouquíssimo tempo, conseguiu dar boas respostas a uma série de questões que governo algum enfrentou ao mesmo tempo. A feira flutuante; o Auxílio Manauara; obras durante o inverno; o modelo de vacinação aqui virou uma referência para outras capitais.

4- Recentemente, o senhor fez uma postagem em sua rede social, na qual trouxe um #tbt dos tempos de vereador sobre a segurança pública em Manaus. O senhor permanece com entendimento de que é melhor armar a guarda municipal? Por quê?

CP-Quão maior a cidade fica, mais complexa ficam suas necessidades de segurança. Com os ataques que Manaus sofreu recentemente, ficou claro que a estrutura municipal está exposta. Guardas estavam na “Bola das Letras”, mas não puderam proteger o patrimônio público contra elementos armados. Cassetete não é uma arma páreo para as armas de fogo da criminalidade. Defendi isso quando vereador, mas Arthur não quis saber.

5- Outra publicação que chamou atenção foi referente ao encontro do presidente Jair Bolsonaro com dois dos seus adversários nas últimas eleições municipais: o ex-superintendente da Suframa, Coronel Menezes e o atual prefeito, David Almeida. Na ocasião, até parabenizou o encontro. Como o senhor enxerga essa aproximação, principalmente em ano pré-eleitoral?

CP-Quando a política partidária fica acima dos interesses da população, tem algo muito errado nisso. Torço para que todos se unam por Manaus e que tragam benefícios; que ajudem na solução dos problemas. Torcer contra é coisa de gente adoecida.

6- Um tema que tem provocado forte embate no cenário político atual é sobre a impressão dos comprovantes de votação. Qual sua análise sobre o voto impresso e auditável?

CP- Sou a favor da transparência. Tudo que possa reforçar a lisura do processo eleitoral nos torna maiores. Um avião possui instrumentos redundantes, se uma falhar, a redundância garante que o avião continue funcionando; isso não é algo ruim. É benéfico e mostra que estamos comprometidos com nossa democracia.

7- O senhor já fez parte de diversos partidos desde que começou sua carreira política nos anos de 1990, sendo o último o Democracia Cristã (DC). O senhor já definiu qual partido deve se filiar agora?

CP-Uma coisa está certa: qualquer agremiação a que me filiar deve mostrar real compromisso com o Amazonas e com nossa história de defesas. Estamos determinados a abrir espaço para um novo debate, com novas ideias, com compromisso, não com negociatas mas em defender o Amazonas. Em suma, meu partido é o Amazonas. E é nesta direção que seguiremos avante.

8- Sobre os seus planos para 2022, o senhor, que já concorreu ao governo do Amazonas em duas ocasiões, pretende voltar a disputar o cargo nas próximas eleições?

CP-Estou a caminho de uma disputa ao Senado pelo Amazonas. Hoje, nosso Estado não consegue se ver representado com Omar Aziz. Investigado, com um caso vergonhoso de desvio de recursos da saúde que, com a pandemia, claramente fizeram falta. Precisamos de quem pode levantar a voz de verdade em vez de silenciar com medo da Federal.

9- O senhor mira um cargo mais alto no Senado. Como pretende angariar votos para emplacar seu nome em meio aos outros candidatos?

CP-Quem vota é o povo. São os amazonenses que vão escolher entre a vergonha atual ou um novo e mais honroso futuro. Então, busco conversar com as pessoas. Expor minhas ideias e, por meio delas, construir esse caminho.

10- A atual política brasileira é vista entre a direita e a esquerda, que deve, inclusive, ter uma forte polarização nas eleições de 2022, levando em consideração a Presidência da República. No entanto, é defendido uma espécie de “terceira alternativa” contra as duas primeiras. Dentro desse cenário, como o senhor se define?

CP-Sou de direita, mas o que alerto é que os problemas estão nos extremos. Os extremos cegam para os malfeitos. Não podemos fazer isso. Defendi ideias de direita, mas defendi principalmente o certo, o digno e o coerente. É assim que marquei minha história é assim será até o final dos meus dias.

11- Considerações finais de Chico Preto.

Espero que os cidadãos que vivem no Amazonas, amazonenses ou não, reflitam com os recentes acontecimentos que envolvem a política e os políticos. Peço ao cidadão eleitor que políticos com ficha limpa e com experiências de outros mandatos sejam as escolhas para gerir e representar o Amazonas. Que o Senhor, o nosso Deus, abençoe a todos!