BRASÍLIA, DF – Em seu depoimento à CPI da Covid, nesta quarta-feira (19), o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, refutou a versão dada pela farmacêutica Pfizer no último dia 13. Segundo Pazuello, todas as solicitações da empresa foram respondidas e havia o interesse de comprar a vacina, contudo, as cláusulas eram “assustadoras e complicadíssimas”.
“Foram respondidas em negociações diretas. Foram respondidas dezenas de vezes”, disse. Além disso, o ministro afirmou que não era o responsável direto pelas negociações com a empresa, pois isso seria de responsabilidade “da equipe de administração”.
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“Nós respondemos inúmeras vezes à Pfizer. De agosto a setembro. Eu tenho todas as comunicações com a Pfizer. A resposta à Pfizer é uma negociação, que começa no momento da proposta e termina com a assinatura. A resposta sempre foi: ‘Sim, queremos comprar, é nosso interesse comprar da Pfizer, mas não posso comprar se não flexibilizar em tal medida, se facilitar a entrega’. Eu tenho documento e será encaminhado à CPI”, disse Pazuello.
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Segundo Pazuello, as cláusulas determinavam “ativos brasileiros no exterior e/ou fundos, isenção completa da responsabilidade por efeitos colaterais, transferência do fórum para julgamento das ações para Nova York, pagamento adiantado, assinatura do presidente da República no contrato e não existir multa quando há atraso de entrega”.
Em depoimento à CPI da covid-19 na quinta-feira (13), o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, confirmou que a farmacêutica enviou uma carta sobre acordo para vacina contra a covid-19 para o presidente Jair Bolsonaro em 12 de setembro de 2020.
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