Com disputa na esquerda, Eron Bezerra será pré-candidato à Prefeitura de Manaus

Eron Bezerra (Foto: Portal AM1)

Manaus (AM) – O ex-deputado estadual e federal, Eron Bezerra, que é presidente do PCdoB no Amazonas, pretende concorrer à Prefeitura de Manaus em 2024. Bezerra, contudo, vai disputar a candidatura com outros nomes da federação Fé Brasil, composta pelo PCdoB, PT e PV.

Ao Portal AM1, nesse domingo (23), o ex-deputado afirmou que está colocando o nome à disposição da população a fim de debater soluções para problemas estruturantes que a capital enfrenta, há décadas, na segurança, mobilidade urbana e infraestrutura.

A disputa interna para compor a chapa da federação de esquerda já tem nomes como a Secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Moura. O presidente do PCdoB parece apreciar o nome da petista, mas afirmou que as siglas ainda terão que chegar a um consenso.

“Tô [sic] colocando o meu nome para enfrentar esse debate, primeiro entre os partidos. Ah, o PT tem um nome? Nenhum problema, vamos discutir, vamos debater”, afirmou Eron. “Todo mundo tem direito de escolher um candidato”, completou.

Ainda segundo Eron, caso os partidos não tenham “maturidade” para definir o nome dos candidatos, será preciso recorrer à direção nacional da federação, responsável por dar a “palavra final”.

Slogan pronto

Mesmo ainda sem ter formalizado a pré-candidatura, Eron Bezerra, que também é professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), já tem o slogan e o discurso pronto para eventual campanha à prefeitura.

Ele critica políticos que negam a ciência e o atraso na resolução de problemas antigos. É o caso dos engarrafamentos na capital, que, para Eron, podem ser resolvidos com a implantação de um sistema de metrô.

“Sou pré-candidato a prefeito para enfrentar esses problemas. […] É uma estupidez atrás da outra, sabe por quê? Porque ninguém respeita a ciência. Meu slogan de campanha será: ‘Deixa a ciência tentar'”, afirmou.

Conflitos

Nas Eleições 2022, a federação enfrentou conflitos internos no Amazonas para formar a chapa majoritária, deixando alguns de membros dos partidos insatisfeitos com a composição. PCdoB e PV tiveram que acompanhar o apoio do PT à candidatura de Eduardo Braga (MDB) ao governo estadual, embora a escolha não tenha sido unânime.

Uma ala do PT, por exemplo, não aprovou o senador, sob o argumento de ele ter apoiado o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Em um dos eventos da federação, por exemplo, o vereador Sassá da Construção Civil (PT) negou apoio ao emedebista e diversos militantes petista saíram do salão durante discurso de Braga, em clara manifestação.

Já o presidente estadual do PV, Carlinhos Bessa, se afastou dos eventos da federação e manteve o apoio ao governador Wilson Lima. A sigla, inclusive, liberou seus candidatos para apoiarem o candidato que quisessem.

Para Eron, o apoio de muitos políticos da federação à candidatura de Braga não passou de mera formalidade.

“Com exceção do Zé Ricardo, do PT, não tinha nenhum deputado que não apoiasse o Wilson Lima. […] Não podemos repetir esse espetáculo. Precisamos chegar em 2024 com nomes fortes na mesa. Agora não pode a sociedade não ter opção de escolha”, concluiu.

Novo cargo

O presidente do PCdoB, no Amazonas, também será subsecretário para Amazônia no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

A criação da Subsecretaria de Ciência e Tecnologia para a Amazônia foi apresentada na semana passada pela ministra Luciana Santos como uma das inovações da pasta.

“A gente precisa encontrar soluções para os povos originários e para as comunidades tradicionais, criando condições para alavancar o desenvolvimento da região. Nós convidamos o Eron Bezerra para assumir essa responsabilidade”, revelou a ministra.

O professor também será o representante da pasta no Conselho de Administração da Suframa (CAS) e no Fundo Amazônia, programa voltado para o desenvolvimento de projetos sustentáveis na região.

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