Foto: Reprodução / Instagram
Manaus – Em entrevista exclusiva ao Portal AM1, o presidente do PCdoB, Eron Bezerra, afirmou nesta quarta-feira (27), que o partido “perdoou” o voto favorável do pré-candidato ao governo do Amazonas, Eduardo Braga (MDB), ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. O partido firmou aliança com Braga para apoiá-lo nas eleições, assim como será o palanque do ex-presidente Lula, que disputa a presidência, no Estado.
Apesar da aliança pública do PCdoB e de Eduardo Braga, o presidente do partido ressaltou que ainda não concorda com o voto a favor do que ele classificou como “golpe” contra Dilma Rousseff. Na época, Eduardo Braga tinha rompido alianças com o PT e votou a favor do impeachment de Dilma, que estava sendo acusada pelo crime de improbidade administrativa.
De acordo com ele, mesmo não concordando com o posicionamento de Eduardo Braga, a união do PCdoB com o pré-candidato ao governo é apenas “uma aliança política”. “São alianças políticas, nós não mudamos de opinião e certamente eles também não mudaram”, disse.
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Eron também comentou o voto favorável ao impeachment do candidato à reeleição no Senado, Omar Aziz (PSD), que também recebe apoio do PCdoB. Segundo ele, os dois senadores são respeitosos com o contraditório, e a união de ambos com o partido de esquerda significa uma autocrítica.
“Ao migrarem para esse bloco, estão fazendo a autocrítica do voto que fizeram lá atrás. Foi um erro deles, entendo que sim, mas não sou eu que vou dizer para eles que estão errados ou não. Eu respeito que todos têm direito de ter opinião, mas não concordo nem com o voto de Eduardo Braga, Omar Aziz e deputados que votaram no golpe”, destacou.
O presidente do PCdoB ainda ressaltou que o partido não criou polêmica ao acatar a decisão do diretório nacional, bem como da federação com o PT e PV, para apoiar os candidatos no Amazonas. “No PCdoB, isso não tem nenhuma polêmica. Aliança é uma coisa pontual para um objetivo, o nosso grande objetivo é derrotar a política atrasada, reacionária, fascista, autoritária que está correndo no Brasil e defender a democracia e liberdade”, explicou.
Ataques na pré-campanha
A polarização das eleições no Brasil também atingiu o Amazonas. O PCdoB sentiu na pele a hostilização por parte da oposição quando indivíduos tentaram a expulsar a ex-senadora Vanessa Grazziotin do bairro Compensa, zona oeste de Manaus. No dia em questão, esta fazia um discurso contra o decreto do presidente Jair Bolsonaro (PL), o qual afetava a Zona Franca de Manaus e, consequentemente, milhares de trabalhadores.
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Sob vaias e aos gritos de “fora, comunistas!”, Vanessa, Eron e os demais apoiadores foram obrigados a tentar amenizar a situação. As pessoas que estavam no local ainda destacaram que são apoiadores do presidente Bolsonaro, além de aparecerem com bandeiras do Brasil, em uma tentativa de intimidar a oposição.
De acordo com Eron Bezerra, as provocações são feitas pela oposição porque tem medo de perder as eleições. “Provoca desespero desse pessoal, porque todos acompanharam a trajetória da Vanessa”, afirmou ao Portal AM1.
Conforme explicou Eron, a situação foi um fato isolado e os candidatos do PCdoB têm sido bem recebidos nas ruas. De acordo com ele, o manifestante, na ocasião, ainda mostrou as nádegas no meio da rua – o que segundo ele é uma atitude “hipócrita” por conta do discurso defendido.
“Quem orienta por essa bandeira não fica mostrando as nádegas no meio da rua e nem agredindo ninguém. Nós não nos intimidamos com nada. Enfrentamos o adversário do jeito que ele vier, se for nas urnas, na rua, é assim que agimos ao longo da nossa história”, ressaltou.
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Convenção partidária
A convenção que apresentou os candidatos do PCdoB para as eleições de outubro já foi realizada no último sábado (23). Neste domingo (31), o partido realizará a convenção junto aos partidos que formam a federação Fé Brasil.
Segundo ele, serão 25 nomes para disputar vagas na Assembleia Legislativa do Amazonas e na Câmara Federal. Entre esses 25, para estadual, serão 10 nomes do PT, 9 do PV e 6 do PCdoB. Já para federal, serão 5 nomes pelo PT, 2 pelo PCdoB e 2 pelo PV.
“Esses nomes estão devidamente acordados. Esse foi o primeiro acordo feito na federação. O PCdoB já fez sua convenção própria, e no dia 31, vai ter a convenção oficial da federação, que tem um papel meramente homologatório”, explicou.
Confira a entrevista completa:
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